O segundo ano do terceiro mandato de Lula será dedicado a assuntos domésticos, seguindo os primeiros 12 meses com uma ênfase significativa em questões internacionais.
Após um ano de reestruturação de políticas públicas e a proclamada “volta do Brasil ao mundo” pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a ênfase do chefe do Planalto para 2024 estará nas viagens pelo país, especialmente durante as eleições municipais. Lula planeja dialogar com prefeitos, governadores e empresários sobre parcerias para obras e políticas públicas federais.
Essa orientação foi comunicada pelo presidente durante a última reunião ministerial ampliada de 2023, destacando sua intenção de focar mais no cenário interno após um ano com intensa agenda internacional. Com 15 viagens para 24 países e aproximadamente 150 encontros bilaterais no primeiro ano de mandato, Lula pretende fortalecer a base política para apoiar possíveis candidaturas do PT e consolidar palanques para as eleições presidenciais de 2026.
Neste contexto, as eleições municipais de 2024 ganham destaque, e o PT busca formar alianças estratégicas para apoiar candidatos, inclusive em grandes colegiados como São Paulo, onde Guilherme Boulos (PSol) é pré-candidato. Lula se comprometeu a ser um “bom cabo eleitoral” e destacou a importância de alianças partidárias para o sucesso eleitoral, citando sua experiência na chapa presidencial de 2022 com Geraldo Alckmin (PSB).
Além das atividades eleitorais, o presidente planeja intensificar a fiscalização de obras financiadas pelo Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e fortalecer laços com prefeitos e governadores. Também pretende avaliar minuciosamente o uso dos recursos de cada ministério, buscando eficiência na execução de obras de interesse público.
Outro ponto importante na agenda de 2024 será a preparação para a 30ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP), que será sediada em Belém, no Pará, em 2025. Lula busca consolidar a imagem do Brasil como uma liderança verde, apesar das críticas recebidas na COP28 em Dubai, onde o país aceitou se tornar um “aliado” da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+) a partir de janeiro de 2024.
Embora o foco principal seja o cenário interno, Lula continuará envolvido em questões internacionais até novembro de 2024, pois o Brasil preside o G20. Durante sua presidência, o país buscará priorizar assuntos sociais nos debates financeiros, com ênfase no combate à fome e às desigualdades, preservação ambiental e engajamento com a sociedade civil. A gestão brasileira do G20 incluirá 74 reuniões técnicas e 25 encontros ministeriais, culminando com a cúpula dos líderes em novembro de 2024.
Tribuna Livre, com informações da Secom/PR