14/12/2025

Em ato de 1º de maio, Lula sanciona lei que altera tabela do Imposto de Renda

Crédito: Paulo Pinto/Agência Brasil

“Não haverá desoneração para favorecer os mais ricos”, diz presidente

Nesta quarta-feira (1º), durante ato com trabalhadores na zona leste de São Paulo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou o Projeto de Lei nº 81/2024 que corrige a tabela do Imposto de Renda, aumentando a isenção para quem recebe até dois salários mínimos por mês. Ele reafirmou a promessa de, até o fim do seu mandato em 2026, aprovar a isenção do pagamento do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais. 

“Esse país vai tratar com muito respeito 203 milhões de homens e mulheres que moram nesse país. A economia brasileira já voltou a crescer, o salário já voltou a crescer, o imposto de renda eu prometi para vocês que até o final do meu mandato, até R$ 5 mil as pessoas não pagarão imposto de renda. E estou dizendo para vocês a palavra continua em pé”, disse Lula, destacando a articulação dos seus ministros com o Congresso Nacional na aprovação de medidas de interesse do governo.

“Foi assim que nós fizemos, pela primeira vez no momento de democracia, a reforma tributária em que a gente vai despenalizar a pessoa de classe média que paga muito e fazer com que o muito rico pague um pouco do Imposto de Renda nesse país porque só o pobre é que paga. Nessa proposta de Imposto de Renda todo o alimento da cesta básica será desonerado e não terá Imposto de Renda sobre comida do povo trabalhador desse país”, acrescentou.

Ainda durante o ato, Lula assinou o decreto de promulgação da Convenção e Recomendação sobre o Trabalho Decente para as Trabalhadoras e os Trabalhadores Domésticos

Desoneração

O presidente também aproveitou o discurso para criticar a manutenção da desoneração da folha de pagamento para 17 setores da economia. Lula disse que “não haverá desoneração para favorecer os mais ricos”.

No fim do ano passado, o Congresso Nacional aprovou o projeto de lei da desoneração que prorroga, até 2027, a troca da contribuição previdenciária – correspondente a 20% da folha de pagamento – por uma alíquota entre 1% e 4,5% sobre a receita bruta de empresas de 17 setores da economia. O projeto também cortou de 20% para 8% a alíquota das contribuições ao INSS por parte dos municípios com até 156 mil habitantes.

“A gente faz desoneração quando o povo pobre ganha, quando o trabalhador ganha, mas fazer desoneração sem que eles sequer se comprometam a gerar um emprego, sem que eles sequer se comprometam a dar garantia para quem está trabalhando. Eu quero dizer que no nosso país não haverá desoneração para favorecer os mais ricos e, sim, para favorecer aqueles que trabalham e que vivem de salário”, disse Lula.

O presidente Lula vetou o projeto de lei da desoneração, mas o Congresso derrubou o veto ainda em dezembro do ano passado, mantendo o benefício às empresas. Para Lula, a medida não garante a geração de empregos e não pode haver desoneração da folha de pagamento de empresas sem contrapartida aos trabalhadores.

A desoneração da folha de pagamento tem impacto de cerca de R$ 9 bilhões por ano à Previdência Social. A ajuda aos pequenos municípios fará o governo deixar de arrecadar R$ 10 bilhões por ano. O governo recorreu ao Supremo Tribunal Federal e a ação tem o placar de 5 a 0 na Corte para suspender a desoneração. Para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é preciso encontrar um caminho para evitar prejuízos à Previdência Social. “A receita da Previdência é sagrada para pagar os aposentados. Não dá para brincar com essa coisa”, disse Haddad, nessa semana.

O ato em São Paulo foi realizado no estacionamento da Neo Química Arena (estádio do Corinthians), na zona leste da capital paulista. Pela primeira vez, a celebração deixou de ser realizada na região central da cidade, no conhecido Vale do Anhangabaú.

Durante seu discurso, Lula comentou sobre o esvaziamento do evento e cobrou o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, responsável pela articulação do governo com os movimentos sociais.

“Não pense que vai ficar assim. Vocês sabem que ontem eu conversei com ele sobre esse ato e eu disse para ele, ‘Márcio, o ato está mal convocado, nós não fizemos o esforço necessário para levar a quantidade de gente que era preciso levar’. Mas, de qualquer forma, eu estou acostumado a falar com mil, com 1 milhão, mas também, se for necessário, eu falo apenas com uma senhora maravilhosa que está ali na minha frente”, disse Lula.

Pelo sexto ano seguido, os atos políticos do Dia do Trabalhador em todo o país são organizados, de forma unificada, pelas centrais sindicais CUT, Força Sindical, UGT, CTB, NCST, CSB e Intersindical Central da Classe Trabalhadora. Shows e apresentações culturais também fazem parte da programação.

“Sob o tema Por um Brasil mais Justo, o 1º de Maio 2024 será um dia de celebração e reflexão para levar a toda a população brasileira a luta do movimento sindical em defesa da classe trabalhadora”, informou a CUT. Entre as pautas das entidades estão emprego decente, correção da tabela de Imposto de Renda, juros mais baixos, valorização do serviço e dos servidores públicos, igualdade salarial e aposentadoria digna.

Tribuna Livre, com informações da Agência Brasil

Deixe um comentário

Leia também
Motta e Alcolumbre se reúnem por reação do Congresso à operação da PF
Motta e Alcolumbre se reúnem por reação do Congresso à operação da PF.
Senadores vão alterar PL da Dosimetria após ver brecha para beneficiar condenados por corrupção e crimes ambientais
Senadores vão alterar PL da Dosimetria após ver brecha para beneficiar condenados por corrupção e crimes ambientais
Irritação de Motta com o PT e ação do STF sobre emendas elevam risco para pauta de Haddad
Irritação de Motta com o PT e ação do STF sobre emendas elevam risco para pauta de Haddad
Deputado de projeto que beneficiaria Master foi o mesmo que questionou atuação de ex-presidente da CVM
Deputado de projeto que beneficiaria Master foi o mesmo que questionou atuação de ex-presidente da CVM
Prisão de generais racha o Exército entre a ativa e a reserva
Prisão de generais racha o Exército entre a ativa e a reserva
Inquérito contra Paulinho da Força, relator do PL da Dosimetria, volta a andar
Inquérito contra Paulinho da Força, relator do PL da Dosimetria, volta a andar
Câmara dos Deputados rejeita cassação de Carla Zambelli
Câmara dos Deputados rejeita cassação de Carla Zambelli
Câmara aprova suspensão de seis meses para Glauber Braga
Câmara aprova suspensão de seis meses para Glauber Braga
Deputados reagem à decisão de Motta de pautar a anistia
Deputados reagem à decisão de Motta de pautar a anistia
POL
Planalto é surpreendido por decisão de Motta sobre PL da Dosimetria
Motta contraria STF e decide que cassação de Ramagem será analisada pelo plenário
Motta contraria STF e decide que cassação de Ramagem será analisada pelo plenário
Congresso ensaia pacote em resposta ao STF; veja detalhes
Congresso ensaia pacote em resposta ao STF; veja detalhes

Natal Sem Violência

Enquanto houver dor, não haverá verdadeira celebração Uma verdadeira atitude de homem é apoiar, sem hesitação, a luta contra a violência doméstica. Ser homem não é impor medo, dominar ou ferir, mas proteger, respeitar e agir com responsabilidade. A masculinidade se constrói na empatia, no diálogo e na rejeição de

Leia mais...

A sua privacidade é importante para o Tribuna Livre Brasil. Nossa política de privacidade visa garantir a transparência e segurança no tratamento de seus dados pessoais.