Líder da bancada evangélica,
Eli Borges afirma que maioria dos presos no 8 de Janeiro está pagando por
“minoria infiltrada”.
Foto: Vestidos de verde e
amarelo, extremistas depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília, em 8 de
janeiro; alguns pediam intervenção militar.
O líder da bancada
evangélica na Câmara, deputado federal Eli Borges (PL-TO), afirmou que uma
“minoria infiltrada” nos atos do 8 de Janeiro fez com que “muita gente boa”
fosse presa. Na avaliação do congressista, as pautas defendidas pelos
extremistas são válidas, e as Forças Armadas têm o papel de “atender ao clamor
popular”.
“Quero compreender que tem
uma pequena minoria de baderneiros infiltrados e, às vezes, algumas pessoas na
sua simplicidade, mas eles não representam o pensamento da maioria dos
brasileiros. Tem muita gente boa que está buscando a sua liberdade e está
presa”, disse o deputado em entrevista à Folha de S. Paulo, publicada na noite
de sábado (25.fev.2023).
“A imensa maioria, de
boa-fé, na frente dos quartéis cantando o hino nacional com a bandeira
nacional, estava a serviço da consolidação da democracia brasileira”,
completou.
A bancada evangélica
ampliou sua atuação durante o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), com
pautas como o Estatuto do Nascituro –que proíbe o aborto do feto em qualquer
circunstância. Nos próximos 2 anos, Borges vai se revezar na liderança do grupo
com o deputado Silas Câmara (Republicanos-AM).
O político disse que não
faz oposição aos demais Poderes, nem ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva
(PT). Porém, se posicionou contra opiniões do petista. “[Lula] verbalizou
muitas vezes um pensamento diferente daquilo que mais de 80% da população
conservadora prega e defende”, falou.
Quando questionado se a eleição de Lula
significa um apoio da população às pautas defendidas por ele, Borges admitiu
que, “de alguma forma”, sim, mas relativizou. “A igreja não é política nem tem
partido político. Dentro do segmento evangélico, naturalmente o Lula teve um
percentual significativo de pessoas que sempre acreditaram que ele não faria
exatamente aquilo que ele estava pregando.”
O deputado citou o aborto
como exemplo. “[Lula] disse que o aborto é uma questão ligada à saúde da
mulher. Nós [evangélicos] temos uma visão diferente disso”, afirmou. “Não
concordo que tenha aborto no Brasil. Defendo a vida desde o nascituro. Defendo
a vida, e o dono da vida é Deus”.