Pelas redes
sociais, o governador afastado pede que apoiadores para não realizarem atos que
pedem o retorno dele ao governo do DF
(crédito:
Minervino Júnior/CB/D.A Press)
O governador
afastado Ibaneis Rocha (MDB) se manifestou acerca de um ato político que pede o
retorno dele ao cargo de chefe do Executivo local. O evento causou preocupações
dentro de uma pasta interna da Secretaria de Segurança Pública do Distrito
Federal (SSP-DF).
Pelas redes
sociais, o governador disse que segue aguardando a decisão do ministro do
Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes sobre o pedido de retorno ao
cargo. Rocha pediu que os brasilienses tenham paciência e calma. “Tenho visto
que algumas pessoas querem preparar atos públicos de apoio a mim, mas peço que
não o façam, que confiem na Justiça como eu confio e que aguardem a apuração
dos fatos com a calma e serenidade que o momento exige”, pediu.
O caso foi
revelado pela jornalista Ana Maria Campos, da coluna Eixo Capital. A
Subsecretária de Operações Integradas da SSP-DF, coronel Cintia Queiroz,
convocou uma reunião na sexta-feira (17/2) para se preparar sobre o ato que
pede o retorno do governador afastado. Ela convocou todas as forças, inclusive
as polícias legislativas da Câmara e do Senado, para se prepararem para o
evento que tem sido divulgado pelas redes sociais.
Ibaneis vai ao
STF
A defesa do
governador protocolou, na quinta-feira (9/2), um pedido a Moraes para que ele
retorne ao cargo. O documento que pede o retorno do chefe do Executivo local de
forma imediata, chegou à mesa do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo
Tribunal Federal (STF), na sexta-feira (10/2).
Moraes deve encaminhar
à Procuradoria-Geral da República (PGR) uma manifestação sobre a petição, mas
isso ainda não foi feito. Os representantes de Rocha argumentam que, ao
determinar a soltura do ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal
(PMDF), coronel Fábio Augusto Vieira, o ministro Alexandre de Moraes cita que,
a partir das investigações preliminares realizadas pelo interventor federal na
segurança do DF, Ricardo Cappelli, a manutenção da prisão do militar não era
mais necessária.
“Se para
quem está diretamente na chefia da tropa esta lhe falta, com maior razão de ser
não se pode dizer que o governo — que está mais distante da tropa — se omitiu
no comando”, afirma o texto enviado ao STF.
A defesa de
Ibaneis Rocha também argumenta, na petição, que as informações que o governador
tinha sobre os atos golpistas de 8 de janeiro, até as 13h23, eram as de que
“a manifestação transcorria normalmente”. Assim que soube dos atos de
vandalismo, o chefe do Executivo local, em linguagem áspera, ordenou ao então
secretário-executivo da Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF),
Fernando de Sousa Oliveira: “Tira esses vagabundos do Congresso (Nacional)
e prenda o máximo possível”.
Na ementa, os
advogados citam um atrito entre a PMDF e o Exército, após os atos na Praça dos
Três Poderes, quando o comando militar proibiu a entrada dos policiais no
acampamento de bolsonaristas instalado em frente ao Quartel-General, no Setor
Militar Urbano (SMU). A petição ainda menciona que a perícia da Polícia Federal
no aparelho celular de Rocha concluiu que “a investigação não revelou atos
do governador Ibaneis em mudar o planejamento, desfazer ordens de autoridades
das forças de segurança, omitir informações a autoridades e superiores do
governo federal, ou mesmo de impedir a repressão ao avanço dos manifestantes
durante os atos de vandalismo”.