Em 9 de dezembro, a Casa Branca alertou para uma
“associação militar em larga escala” cada vez mais profunda entre
Teerã e Moscou
Agência France-Presse
(crédito: AFP)
O Irã afirmou, neste domingo (18), que não precisa da
“permissão” de ninguém para desenvolver suas relações com a Rússia,
depois que os Estados Unidos manifestaram alerta pelo que consideram uma
“associação militar em larga escala” entre Teerã e Moscou.
“A República Islâmica do Irã, conforme os seus
interesses nacionais […] atua de forma independente na gestão de suas
relações exteriores e não pede permissão a ninguém para isso”, declarou o
porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Nasser Kanani, em
comunicado.
A Ucrânia e os países ocidentais que a apoiam acusam a
Rússia de utilizar drones de fabricação iraniana em seus ataques na Ucrânia. O
Irã reconheceu que havia fornecido drones a Moscou, mas garantiu que essas
entregas ocorreram antes da ofensiva na ex-república soviética, embora isto
tenha lhe rendido uma série de sanções ocidentais.
Em 9 de dezembro, a Casa Branca alertou para uma
“associação militar em larga escala” cada vez mais profunda entre
Teerã e Moscou.
John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional
do governo americano, indicou que, em troca do fornecimento de drones, a Rússia
estava “oferecendo ao Irã um nível de apoio militar e técnico sem
precedentes”, o que, segundo ele, “transforma sua relação em uma
associação de defesa plena”.
Uma colaboração “nefasta” para a Ucrânia, os
países vizinhos de Irã e “a comunidade internacional”, segundo
Washington.
“A cooperação entre Irã e Rússia em diversos
âmbitos, incluída a cooperação em matéria de defesa, se desenvolve com base em
interesses comuns […] e não é contra nenhum terceiro país”, afirmou
Kanani, que considerou os comentários de Kirby “parte da guerra de
propaganda americana contra o Irã”.