As equipes de emergência sabem que 72 horas depois do terremoto,
de 5,6 graus, as chances de encontrar sobreviventes são muito pequenas
Agência France-Presse
(crédito: ADEK BERRY /
AFP)
Cianjur, Indonésia- As
equipes de emergência da Indonésia trabalhavam contra o tempo nesta
quinta-feira (24/11) para encontrar sobreviventes após o terremoto que deixou
272 mortos, após o resgate com vida de um menino de seis anos que passou dois
dias preso nos escombros.
O resgate
“milagroso”, na quarta-feira à noite, aumentou as esperanças de que
sobreviventes possam ser encontrados entre a destruição provocada pelo
terremoto que devastou a cidade de Cianjur, em Java Ocidental, na
segunda-feira.
Nesta quinta-feira, 40
pessoas continuam desaparecidas, segundo as autoridades.
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O pequeno Azka, de seis
anos, sobreviveu sem água nem comida.
“Quando percebemos
que Azka estava vivo, todos começaram a chorar, inclusive eu”, afirmou à
AFP Jeksen, um voluntário de 28 anos.
“Foi muito
emocionante, um milagre”, completou.
As equipes de
emergência sabem que 72 horas depois do terremoto, de 5,6 graus, as chances de
encontrar sobreviventes são muito pequenas.
O vídeo do resgate,
divulgado pelo governo do distrito de Bogor, em Java Ocidental, mostra o
momento em que os socorristas retiram Azka de uma casa destruída no distrito de
Cugenang, o mais afetado da cidade.
O homem que o resgatou
de um buraco nos escombros abraçou o menino, enquanto outro socorrista com um
traje de proteção segurava a mão do pequeno.
Pouco depois, Azka era
hidratado no colo de um soldado.
O corpo da mãe do
menino foi encontrado poucas horas antes, informou um voluntário à AFP.
Ao lado da criança foi
encontrado o corpo de sua avó, disse Jeksen.
O menino sobreviveu
graças a um muro que apoiou outra parede que desabou e impediu a queda sobre
ele, informou a imprensa local.
“Ele foi encontrado
na parte esquerda da casa, na cama. Estava protegido por um travesseiro e havia
um vão de 10 centímetros entre ele e o muro de concreto”, explicou Jeksen.
Muitas vítimas do
terremoto foram crianças que ficaram presas em suas escolas ou casas, informaram
as autoridades.
O balanço de vítimas
fatais subiu nesta quinta-feira para 272, depois que as equipes de emergência
encontraram o corpo de um homem de 64 anos.
Mas o tempo para
encontrar mais sobreviventes é curto e os trabalhos de resgate são prejudicados
pelas chuvas intensas e ameaças de tremores secundários.
“Hoje mobilizamos
6.000 pessoas para a operação de busca e resgate. Está chovendo, mas
continuamos procurando”, afirmou o diretor da agência nacional de gestão
de desastres, Suharyanto, que tem apenas um nome, como muitos indonésios.
“Por favor, rezem
por nós para que as 40 pessoas desaparecidas possam ser encontradas”,
pediu.
O presidente indonésio,
Joko Widodo, visitou a área da tragédia pela segunda vez nesta quinta-feira.
Quase 2.000 pessoas
ficaram feridas após o terremoto de 5,6 graus.
Mais de 61.000 pessoas
ficaram desabrigadas após o terremoto. O governo distribui alimentos e
barracas, mas os hospitais estão sobrecarregados.
E meio ao desastre,
três bebês nasceram nas tendas que abrigam os deslocados, informou o governador
de Java Ocidental, Ridwan Kamil. Um dos recém-nascidos recebeu o nome
“Gempita”, inspirado no termo indonésio para “terremoto”,
de acordo com um vídeo divulgado na quarta-feira.
A Indonésia, localizada no
“círculo de fogo” do Pacífico, onde placas tectônicas se encontram, a
Indonésia registra terremotos ou erupções vulcânicas com frequência.