Depois de três dias
de greves nacionais desde o início do ano, os sindicatos esperam igualar o
comparecimento em massa de 19 de janeiro, quando mais de 1 milhão de pessoas
marcharam contra os planos.
Foto:
11/02/2023REUTERS/Yves Herman.
Centenas de
milhares de pessoas foram às ruas para protestar em toda a França, neste
sábado (11), buscando manter a pressão sobre o governo contra os planos de
reforma previdenciária, incluindo um aumento da idade de aposentadoria de 62
para 64 anos.
Depois de três dias
de greves nacionais desde o início do ano, os sindicatos esperam igualar o
comparecimento em massa de 19 de janeiro, quando mais de 1 milhão de pessoas
marcharam contra os planos.
“Se eles não são
capazes de ouvir o que está acontecendo nas ruas e não são capazes de perceber
o que está acontecendo com as pessoas, bem, eles não devem se surpreender que
isso exploda em algum momento”, disse a enfermeira Delphine Maisonneuve, de 43
anos, à Reuters, no início de um protesto em Paris.
Os franceses passam
o maior número de anos aposentados entre os países da OCDE — um benefício que,
segundo pesquisas de opinião, uma maioria substancial das pessoas reluta em
abrir mão.
O presidente da
França, Emmanuel Macron, diz que a reforma é “vital” para garantir a
viabilidade do sistema previdenciário.
As primeiras
estimativas mostraram que a presença de pessoas em Paris aumentou em cerca de
20% desde o último protesto na terça-feira, informou o jornal Le Figaro.
Os sindicatos
esperavam uma grande participação nos primeiros protestos de fim de semana
desde o início do movimento e atrair pessoas de todas as idades e origens para
mostrar ao governo que a raiva contra a reforma é profunda.
Em uma declaração
conjunta antes das marchas de sábado, todos os principais sindicatos pediram
que o governo retirasse o projeto de lei.
Eles alertaram que
tentariam paralisar a França a partir de 7 de março se suas exigências não
fossem atendidas. Uma greve já está marcada para 16 de fevereiro.
Aumentar a idade de
aposentadoria em dois anos e estender o período de pagamento renderia 17,7
bilhões de euros adicionais em contribuições anuais para pensões, permitindo
que o sistema chegasse ao ponto de equilíbrio até 2027, segundo estimativas do
Ministério do Trabalho.
Os sindicatos dizem
que há outras maneiras de fazer isso, como tributar os super-ricos ou pedir aos
empregadores ou pensionistas abastados que contribuam mais.
“Embora na minha
idade eu não seja muito afetado (pela reforma da previdência), é importante
estar atento à nossa sociedade, que haja solidariedade, que seja uma sociedade
em que as pessoas estejam muito próximas umas das outras, e estar vigilante
sobre cuidar não apenas de nossos idosos, mas também de nossas crianças”, disse
Kamel Amriou, de 65 anos, um artista gráfico aposentado.
Créditos: CNN
Brasil.