07/09/2024

Naufrágio de barco com migrantes deixa 59 mortos na Itália

 

De acordo com as equipes de emergência de Crotone, citadas
pela agência AGI, 12 das 59 vítimas fatais são crianças, incluindo um
recém-nascido, e 33 são mulheres


Agence France-Presse

 

(crédito: Alessandro SERRANO / AFP)

Ao menos 59 migrantes morreram em um naufrágio neste
domingo (26) perto da cidade italiana de Crotone, na região da Calábria (sul),
poucos dias após a aprovação de uma polêmica lei sobre o resgate de migrantes
no mar.

“Até o momento o número de vítimas fatais confirmado
é 59”, declarou Vincenzo Voce, prefeito de Crotone, ao canal de notícias
Sky TG-24.

De acordo com as equipes de emergência de Crotone,
citadas pela agência AGI, 12 das 59 vítimas fatais são crianças, incluindo um
recém-nascido, e 33 são mulheres.

As equipes de resgate marítimo informaram que a
embarcação colidiu com algumas rochas a poucos metros da costa. Um suposto
traficante foi detido pelas forças de segurança, segundo as autoridades locais.

Nas imagens divulgadas pela polícia italiana é possível
observar pedaços de madeira espalhados na praia, para onde se dirigiram as
equipes de emergência, enquanto os resgatados aguardavam a transferência para
um centro de acolhimento.

A primeira-ministra Giorgia Meloni, líder do partido
‘Fratelli d’Italia’ (FDI, Irmãos da Itália, extrema-direita), expressou
“profunda dor” em um comunicado e afirmou que é “criminoso
enviar ao mar uma embarcação de apenas 20 metros com 200 pessoas a bordo e com
uma previsão do tempo ruim”.

“O governo está comprometido a impedir as saídas e
este tipo de tragédia. E continuará a fazer isto ao exigir, antes de qualquer
coisa, uma colaboração maior dos Estados de saída e de origem”, completou.

O naufrágio aconteceu poucos dias após a aprovação no
Parlamento italiano de novas e polêmicas regras para o resgate de migrantes,
apoiadas pelo governo dominado pela extrema-direita.

– Pacto Europeu –

Após a tragédia, a presidente da Comissão Europeia,
Ursula von der Leyen, defendeu a urgência de avançar com a reforma do direito
de asilo na União Europeia.

“É necessário redobrar os esforços em relação ao
Pacto sobre a Migração e o Direito de Asilo, assim como sobre o Plano de Ação
para o Mediterrâneo Central”, afirmou.

A parte mais delicada do pacto, que deve ser concluído
até o fim do mandato do Parlamento Europeu em 2024, estabelece uma melhor
distribuição das responsabilidades em termos de acolhimento, um tema que divide
os países da UE desde a crise dos refugiados de 2015.

O presidente da República da Itália, Sergio Mattarella,
disse que muitos migrantes eram procedentes do Afeganistão e do Irã,
“fugindo de condições muito difíceis”.

A situação geográfica da Itália faz do país um destino
preferencial para os demandantes de asilo que viajam do norte da África para a
Europa.

Roma critica há vários anos o número de chegadas a seu
território, embora a maioria dos migrantes abandone a península e siga para
outros países.

De acordo com o ministério do Interior, quase 14.000
migrantes entraram na Itália desde o início do ano, contra 5.200 no mesmo
período no ano passado e 4.200 em 2021.

– Nova regra para ONGs –

Meloni chegou ao poder em outubro com uma coalizão que
prometeu a redução da entrada de migrantes ao país.

Há poucos dias, o Parlamento italiano aprovou uma nova
lei que obriga os navios humanitários a fazer apenas um resgate por saída ao
mar. Os críticos afirmam que a norma aumenta o risco de mortes no Mediterrâneo
central, área considerada a travessia mais perigosa do mundo para os migrantes.

Para o ministro italiano do Interior, Matteo Piantedosi,
esta “tragédia demonstra como é absolutamente necessário lutar de maneira
firme contra as redes de imigração clandestina”.

Embora as ONGs resgatem apenas um pequeno percentual
deles – a maioria é interceptada pela Guarda Costeira ou por navios da Marinha
-, o governo as acusa de estimular as viagens e e de encorajar os traficantes
com suas operações.

O papa Francisco expressou sua “dor” e afirmou
que reza “por cada um, pelos desaparecidos e para os outros migrantes que
sobreviveram”.

Filippo Grandi, titular do Alto Comissariado das Nações
Unidas para os Refugiados (Acnur), lamentou “outro terrível
naufrágio” e afirmou que “chegou o momento para que os Estados parem
de debater e estabeleçam medidas justas, eficazes e compartilhadas para evitar
novas tragédias”.

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