Segundo o relatório do Enem 2023, 2.217 candidatos foram excluídos por violação das normas no domingo, e foram registrados 859 incidentes logísticos, como falta de energia, além de um novo vazamento de provas.
No segundo dia de aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em todo o país, a taxa de ausência permaneceu em 32%, mantendo-se próxima à registrada no ano anterior. Essa mesma porcentagem foi observada no primeiro dia de provas, que apresentou uma abstenção de 28,1%. Embora seja considerada elevada, a taxa está em consonância com a história do exame. Durante uma coletiva de imprensa para apresentar o balanço do Enem, o ministro da Educação, Camilo Santana, declarou que o governo pretende trabalhar para reduzir essa taxa nos anos seguintes, além de realizar uma avaliação abrangente da prova.
O Enem 2023 teve um total de 3.934.242 inscritos, cerca de 500 mil a mais em comparação com o ano anterior, uma conquista comemorada pelo governo, que contrasta com a tendência de declínio nos últimos anos. De acordo com o balanço, 2.217 candidatos foram eliminados por desrespeitar as regras, como o uso de dispositivos eletrônicos ou desobediência às orientações dos fiscais. Além disso, foram registradas 859 ocorrências logísticas, como falta de energia nos locais de aplicação. Os estudantes que se sentirem prejudicados têm a possibilidade de solicitar a reaplicação da prova de hoje até sexta-feira, por meio do site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Santana expressou preocupação com o índice de abstenção, afirmando que a reversão desse cenário é uma prioridade. Uma das iniciativas estudadas pelo governo é a eliminação da taxa de inscrição. Uma avaliação geral do Enem será conduzida ao término do processo, incluindo a reaplicação de provas e os exames destinados à população carcerária nos dias 12 e 13 de dezembro. O presidente do Inep, Manuel Palácios, anunciou também o lançamento de um edital em janeiro para contratar novos elaboradores e revisores.
Para fortalecer o banco de itens das avaliações anuais do Enem, Palácios mencionou a intenção de promover uma discussão ampla sobre a construção das questões. Um dos itens da prova aplicada ontem foi anulado por já ter sido utilizado no Enem de 2010.
Assim como no primeiro dia, os exames de ontem abordaram questões relacionadas ao agronegócio, gerando controvérsias entre parlamentares da bancada ruralista. Questionado sobre essas questões, Camilo rebateu afirmando que não há interferência do governo na elaboração das perguntas. Ruralistas convocaram o ministro para prestar esclarecimentos no Congresso Nacional, e ele expressou disponibilidade para responder a qualquer questionamento.
Palácios e Santana afirmaram que o Enem de 2024 seguirá a mesma metodologia deste ano, mesmo diante da discussão sobre mudanças no ensino médio. Santana destacou que sua gestão avaliou a proposta do Novo Ensino Médio em tramitação e enviou um novo texto ao Parlamento.
Em relação à segurança da prova, assim como no primeiro dia, o Ministério da Educação (MEC) e o Inep identificaram a circulação de imagens do teste nas redes sociais antes do prazo permitido para que os participantes saiam com os cadernos. Um arquivo de PDF com as páginas escaneadas do exame foi divulgado por volta das 17h. O ministro da Educação ressaltou que não houve prejuízo, pois não houve confirmação de vazamento antes do início da prova. A Polícia Federal está investigando o caso, intensificando o monitoramento das redes sociais em conjunto com o MEC e o Inep.
Tribuna Livre, com informações do Inep
