O curso ministrado na unidade do Guará busca fortalecer a adaptação de alunos não nascidos no Brasil, abordando temas de cidadania e cultura adaptados às crenças e hábitos originais dos estudantes.
Um mural repleto de histórias ocupa o corredor do Centro Interescolar de Línguas (CIL) do Guará, onde estão sendo formados 13 estudantes estrangeiros interessados em aprender a língua portuguesa. O curso, centrado nos pilares de língua, cultura e cidadania, é projetado para respeitar as crenças e hábitos individuais de cada estudante.
O mural exibe cartazes preenchidos com relatos manuscritos e imagens provenientes de diversos países, destacando histórias como a de Jhon Aguirre, um comerciante de 42 anos, oriundo de Bogotá, Colômbia, que mudou-se em busca de uma nova vida. Atualmente no nível 6 no CIL do Guará, Jhon fala fluentemente o português e expressa gratidão pela oportunidade proporcionada pelo programa voltado para a comunidade imigrante. Ele adotou o Brasil como seu segundo lar e destaca o impacto positivo do curso em sua habilidade de comunicação.
Outra participante, a venezuelana Maria Mago, jornalista de 35 anos, chegou ao Brasil há sete meses com sua família. Cursando o nível dois, ela descobriu o curso de português através das redes sociais da comunidade do Guará. Para Maria, aprender o idioma nativo é uma oportunidade valiosa que contribui para seu crescimento pessoal.
Ayodele Sijibomi, um estudante nigeriano de 27 anos, destaca não apenas a integração proporcionada pelo curso, mas também os benefícios financeiros, permitindo economizar dinheiro enquanto aprende. Ele enfatiza a maravilhosa experiência de fazer novos amigos em um ambiente receptivo.
A professora Fabíola Ribeiro de Souza, com quase três décadas de experiência na Secretaria de Educação do DF, leciona português no CIL do Guará. Ela destaca a abordagem inovadora do curso, que integra psicologia, pedagogia e narrativas pessoais para promover o bem-estar global dos estudantes enquanto facilita a aprendizagem da língua. O curso aborda temas como direitos humanos e o Sistema Único de Saúde (SUS), utilizando um formato híbrido de aulas online e presenciais.
Fabíola enfatiza a importância de ser uma professora bem-formada, capaz de mediar a comunicação e o aprendizado mesmo quando não há fluência na língua materna de cada estudante estrangeiro. Ela expressa gratidão pelo apoio da Diretoria de Direitos Humanos da Secretaria de Educação e espera que o projeto se torne uma política pública no futuro.
Tribuna Livre, com informação do CIL