A aversão aos juros nos Estados Unidos levou o Ibovespa a encerrar o segundo pregão do mês com uma queda de 1,42%, resultando em uma perda acumulada de 2,7% nos dois primeiros dias úteis de outubro.
O início de outubro não foi favorável para os investidores da bolsa brasileira, já que o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) registrou uma queda de 1,42% nesta terça-feira (3/10), retornando ao nível de 113.419 pontos. Esse é o nível mais baixo do índice desde 5 de junho, quando fechou em 112.696 pontos.
Essa queda significa que o Ibovespa já acumulou uma retração de 2,7% nos dois primeiros dias úteis de outubro. Esse declínio reflete a instabilidade nos mercados internacionais, pois várias bolsas ao redor do mundo também tiveram resultados negativos. Nos EUA, o Dow Jones caiu 1,42%, enquanto o S&P e o Nasdaq tiveram quedas de 1,37% e 1,87%, respectivamente.
A alta do dólar também persistiu, com a moeda norte-americana alcançando R$ 5,15 até o final do dia, representando um aumento de 1,73%. Essa valorização do dólar não foi observada apenas no Brasil, pois o índice DXY, que mede a força do dólar em relação a outras economias desenvolvidas, atingiu o seu nível mais alto em um ano, atingindo 107 pontos.
O principal tema que dominou as discussões dos investidores nesta terça-feira foi o comentário de um membro do Federal Reserve (o Banco Central dos EUA), que sugeriu que as taxas de juros nos Estados Unidos deveriam permanecer em níveis elevados, apesar de não ter direito a voto nas decisões da política monetária este ano.
Esse dirigente mencionou que fatores como eventos geopolíticos, como a guerra no leste europeu, ainda podem afetar a capacidade de controle da inflação nos EUA, que atualmente está em 3,3% ao ano, de acordo com dados de agosto. No entanto, ele também enfatizou que a retirada dos estímulos fiscais implementados durante a pandemia e a redução da poupança podem contribuir para conter o aumento dos preços.
De volta ao Brasil, as principais ações listadas no Ibovespa também registraram quedas. As ações da Vale (VALE3) encerraram o dia com uma queda de 0,61%, enquanto as ações da Petrobras (PETR3 e PETR4) tiveram quedas de 1,18% e 0,43%, respectivamente. O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, mencionou a possibilidade de um novo reajuste nos preços dos combustíveis até o final do ano, devido a fatores como o aumento do preço do diesel e a paralisação das refinarias na Rússia.
Além das estatais, as grandes empresas do varejo brasileiro também tiveram um desempenho negativo durante o pregão. As ações da Magalu (MGLU3) tiveram a maior queda percentual no Ibovespa, com uma retração de 8,5%, sendo cotadas a R$ 1,83. Outras empresas do varejo também registraram quedas significativas, incluindo Casas Bahia (BHIA3) (7,94%), Petz (PETZ3) (6,52%) e Assaí (ASAI3) (4,25%).
Tribuna Livre, com informações.