Policiais cumpriram 33 mandados de
busca e apreensão no Distrito Federal e nos estados da Bahia, da Paraíba e de
Pernambuco
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou, na
manhã desta quinta-feira (9/3), a Operação Reação em Cadeia, para apurar
suspeitas de fraude no concurso público da Polícia Penal do Distrito Federal,
realizado no ano passado.
A ação é coordenada pela Delegacia de Repressão ao Crime
Organizado (Draco/Decor) e tem apoio das polícias civis de Pernambuco (PCPE) e
da Paraíba (PCPB). As equipes cumpriram 33 mandados de busca e apreensão no
Distrito Federal e nos estados da Bahia, da Paraíba e de Pernambuco, para
recolher documentos, celulares, entre outras provas.
A operação, que teve participação de 240 policiais civis,
é resultado de diligências iniciadas a partir de informações repassadas à
Polícia Civil pela Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito
Federal (Seape). Levantamentos revelaram que alguns candidatos teriam burlado a
isonomia do concurso e se beneficiado indevidamente para aprovação no certame.
Operação conjunta
A PCPE, por meio da Diretoria de Inteligência (Dintel) e
do Comando de Operações e de Recursos Especiais (Core), deu apoio operacional,
com cumprimento de 29 mandados de busca e apreensão nas cidades de Recife,
Caruaru, Toritama e Vitória de Santo Antão — estas três últimas na região
metropolitana do estado.
A Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco) da
PCPB cumpriu dois mandados, nas cidades de João Pessoa e Campina Grande. E uma
equipe da PCDF se deslocou até a cidade de Jacobina (BA), onde fez buscas em um
endereço, enquanto outra equipe da corporação distrital deu continuidade aos trabalhos
em Brasília.
Caso as irregularidades sejam comprovadas, os envolvidos
poderão responder pelos crimes de fraude a certame de interesse público,
organização criminosa e falsificação de documento público, com penas que,
somadas, chegam a 15 anos de prisão.
O concurso da Polícia Penal do DF oferece 400 vagas
imediatas e 779 para cadastro reserva. O salário inicial é R$ 5.445.
Repressão
A operação é mais uma da série de investigações
promovidas desde 2015 pela PCDF sobre fraudes que buscam a aprovação de
candidatos em concursos públicos.
Nas operações Panoptes e Magister, e demais fases delas,
os policiais identificaram fraudes nos concursos públicos do Superior Tribunal
de Justiça (STJ), do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF),
das secretarias de Educação (SEDF) e Saúde (SES-DF), da Agência Nacional de
Transportes Aquaviários (Antaq) e do Ministério Público da União (MPU).
Até o momento, mais de 70 pessoas foram indiciadas no
âmbito dessas investigações, entre integrantes da organização criminosa
responsáveis pelas fraudes; pessoas que prestaram algum tipo de auxílio às
fraudes; e funcionários públicos aprovados irregularmente em concursos.