Caso bárbaro que chocou o DF até então era investigado como
lesão corporal grave pela 21ª DP
A 21ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Sul) passou a
investigar as agressões brutais sofridas por um jovem autista de 22 anos dentro
do Parque de Águas Claras nessa segunda-feira (2/1) como tentativa de
homicídio. Antes, o caso estava registrado como lesão corporal grave.
Nesta quarta-feira (4/1), a Polícia Militar do Distrito
Federal (PMDF) declarou que apesar de não ser responsável pela segurança no
local, age em apoio sempre que necessário. “A área do parque não registra
muitas chamadas de ocorrências, sendo o fato deste final de semana um caso
atípico. O policiamento na área é constante, pois há viatura sempre próxima com
ações de diversas modalidades de policiamento”, afirmou a instituição.
O crime
O jovem autista estava na companhia do irmão mais novo,
de 10 anos, no parque de Águas Claras quando decidiram jogar futebol com um
grupo de meninos que já estava na quadra. Após uma discussão na partida, os
garotos seguraram os irmãos e passaram a lhes desferir socos e chutes.
Um vigilante do parque, que preferiu não se identificar,
contou que enquanto os meninos brigavam, um deles feriu o olho do jovem autista
com um objeto perfurante.
“Os meninos que estavam na quadra começaram a provocar os
irmãos. Os chamaram de ‘pretos’, ‘macacos’, ‘viados’ e ‘safados’. Também
estavam fumando cigarro e ficavam assoprando na cara do autista. Violência sem
tamanho. Eu separei a briga depois que um deles pegou um pedaço de pau jurando
que ia matar o outro”, descreveu.
Após as agressões, o grupo de adolescentes fugiu do
local. O vigilante acionou o Corpo de Bombeiros do DF para atender os irmãos na
quadra.
O mais velho foi levado ao Hospital de Base do DF com
ferimento grave no olho. Segundo Thamires Gonçalves, prima da vítima, o jovem
“teve que retirar uma parte do globo ocular porque o corte foi muito profundo e
não daria para fazer uma restauração”.
“Toda hora ele
fala para a gente parar de chorar dizendo que é só passar um colírio no olho
que vai resolver. Meu primo mais novo também está em estado de choque e triste
por não ter conseguido proteger o irmão. Apesar de ser mais novo, ele cuida
muito do irmão”, contou a prima do jovem, Thamires Gonçalves, 28.