22/12/2024

Procuradoria defende que TSE mantenha mandato de Moro

20/09/2023 Credito: Ed Alves/CB/DA.Press. Politica. Entrevista com Senador Sergio Moro. Ed Alves/CB/DA.Press - (crédito: Ed Alves/CB/DA.Press. Politica. Entrevista com Senador Sergio Moro. Ed Alves/CB/DA.Press)

Parecer da Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE) sugere que Tribunal rejeite recursos do PL e do PT que pedem a cassação do mandato do senador

A Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE) defendeu que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mantenha o mandato do senador Sérgio Moro (União-PR). O parecer foi enviado nesta terça-feira, 7, ao gabinete do ministro Floriano de Azevedo Marques, relator de recursos do PT e do PL contra o julgamento do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná que absolveu o senador.

Com a PGE jogando a seu favor, após a absolvição, Sérgio Moro entra no julgamento menos pressionado. A defesa ainda terá a oportunidade de apresentar seus argumentos.

A Procuradoria-Geral Eleitoral contraria o posicionamento do Ministério Público do Paraná, que foi a favor da cassação. A palavra final cabe agora ao TSE.

O tribunal ainda não tem data para julgar o caso, o que depende essencialmente do relator, que precisa liberar a ação para julgamento quando estiver com relatório e voto prontos, e da presidência, a quem compete acomodar o processo na pauta.

Advogados envolvidos no caso têm esperança de ver um desfecho antes das eleições, apesar da proximidade do pleito. Se for pautado ainda neste mês, o processo pode ser o último de grande repercussão na gestão do ministro Alexandre de Moraes.

Sérgio Moro responde por abuso de poder econômico, arrecadação ilícita e uso indevido dos meios de comunicação nas eleições de 2022. O pano de fundo é sua frustrada pré-candidatura a presidente. O TSE precisa decidir se as despesas no período deixaram o ex-juiz em posição desigual em relação aos concorrentes ao Senado.

Um dos pontos-chave do julgamento é o parâmetro que será usado para calcular os gastos de campanha. A definição sobre quais despesas seriam ou não de pré-campanha, para avaliar se houve ou não desequilíbrio na eleição, é controversa. O critério dividiu os desembargadores do Paraná.

A natureza dos gastos também vai influenciar a votação. Os ministros precisam decidir se despesas que não estão diretamente relacionadas com a campanha para obter votos têm ou não caráter eleitoral. É o caso, por exemplo, de valores desembolsados com segurança pessoal e escolta.

Outro ponto em aberto é se as despesas fora do Paraná, na pré-campanha a presidente, devem entrar no montante. Há um debate sobre a influência de eventos externos no eleitorado estadual.

O Podemos foi o primeiro partido a filiar Sérgio Moro quando o ex-juiz entrou oficialmente na vida político-partidária. Ele migrou ao União Brasil, após ver derreterem suas chances de vitória na corrida presidencial, para lançar candidatura ao Senado. Entre os desembargadores do Paraná, prevaleceu a tese de que Moro só poderia ser condenado se ficasse provado que o movimento foi intencional, ou seja, que ele lançou pré-candidatura a presidente para ganhar maior visibilidade na campanha ao Senado. Os partidos, no entanto, defendem que o efeito da pré-campanha existe, independente de eventual premeditação.

O que diz a PGE?

A Procuradoria-Geral Eleitoral afirma no parecer enviado ao TSE que há um vácuo legislativo na regulamentação dos gastos pelos candidatos e partidos no período da pré-campanha e que o caso tem contornos particulares que, na avaliação do órgão, tornam desaconselhável a cassação.

Para o vice-procurador-geral Eleitoral Alexandre Espinosa Bravo Barbosa, o TSE deve preferir uma “postura de menor interferência na escolha soberana das urnas”.

A PGE também descarta que Sérgio Moro tenha, deliberadamente, simulado uma pré-candidatura presidencial para se beneficiar de um aumento artificial do limite de gastos eleitorais. Na avaliação do vice-procurador, a mudança de rumos se deu mais por “atabalhoamento” do que por estratégia.

“Desse modo, não é dado cogitar de uma intenção preordenada de downgrade na candidatura, sobretudo porque a incapacidade de articulação política ou o insucesso no lançamento da candidatura não pode ser dimensionado como dolo eventual”, diz um trecho da manifestação.

A Procuradoria defende que gastos fora do Paraná não devem ser considerados no julgamento, salvo de ficar provado que houve finalidade específica de convencer eleitores do Estado. O raciocínio deixa de fora a maior parte das despesas da pré-campanha.

“A interpretação indica que apenas devem ser considerados os gastos que envolveram a circunscrição do Paraná e foram individualizados ao pré-candidato ou, ainda, que tiveram finalidade de preparação do candidato para uma atividade de convencimento do eleitorado da circunscrição na qual o registro foi efetivado.”

A PGE conclui dizendo que não há indicativos seguros de que houve excesso de gastos ou desvio e omissão de recursos.

Tribuna Livre, com informações da Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE)

Deixe um comentário

Leia também
Fim do DPVAT passa na Câmara e segue para o Senado
Fim do DPVAT passa na Câmara e segue para o Senado
Braga Netto pede para depor à PF e nega querer delação premiada, diz nova defesa
Braga Netto pede para depor à PF e nega querer delação premiada, diz nova defesa
Lewandowski revoga portaria de Bolsonaro e volta a limitar poder da PRF
Lewandowski revoga portaria de Bolsonaro e volta a limitar poder da PRF
Eduardo Bolsonaro: “Caminho do Tarcísio em 2026 é a reeleição em SP”
Eduardo Bolsonaro: “Caminho do Tarcísio em 2026 é a reeleição em SP”
Lira atualiza previsão para votar pacote de corte de gastos do governo
Lira atualiza previsão para votar pacote de corte de gastos do governo
PL dos militares tem "grandes chances" de ser aprovado no Congresso, diz Múcio
PL dos militares tem "grandes chances" de ser aprovado no Congresso, diz Múcio
PL e PT se unem, no DF, em defesa do Fundo Constitucional
PL e PT se unem, no DF, em defesa do Fundo Constitucional
Braga Netto prestará novo depoimento à PF nos próximos dias
Braga Netto prestará novo depoimento à PF nos próximos dias
Lula recebe alta hospitalar após hemorragia e operação
Lula recebe alta hospitalar após hemorragia e operação
Moraes multa Marcos do Val em R$ 50 mil por post de terceiro com discurso
Moraes multa Marcos do Val em R$ 50 mil por post de terceiro com discurso
Governo libera R$ 7,6 bilhões em emendas parlamentares
Governo libera R$ 7,6 bilhões em emendas parlamentares
POL 1
Bolsonaristas e governistas batem boca em comissão na Câmara

Brazlândia vai ganhar nova UBS para atender 14 mil pessoas

Autorização para a construção da unidade no Incra 8 foi dada nesta quinta-feira (19) pelo governador Ibaneis Rocha Nesta quinta-feira (19), o governador Ibaneis Rocha autorizou a construção de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) no Incra 8, em Brazlândia. A medida visa ampliar a oferta de serviços de saúde

Leia mais...

Rússia anuncia doses gratuitas de vacinas contra o câncer em 2025

Dados sobre testes pré-clínicos ainda não foram divulgadas em nenhuma revista científica, mas o governo russo assegura que as vacinas são eficazes e foram desenvolvidas em parceria com vários centros de pesquisa O governo russo anunciou que começará a oferecer gratuitamente, em 2025, vacinas terapêuticas contra o câncer, medida que

Leia mais...

Lewandowski revoga portaria de Bolsonaro e volta a limitar poder da PRF

Polícia Rodoviária Federal não poderá mais exercer competências de polícias judiciárias como investigar crimes O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, assinou, nesta quarta-feira (18/12), uma portaria que revoga a norma do governo de Jair Bolsonaro (PL), de 2021, que ampliava os poderes da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Leia mais...

A sua privacidade é importante para o Tribuna Livre Brasil. Nossa política de privacidade visa garantir a transparência e segurança no tratamento de seus dados pessoais.