Choupo-Moting e Gnabry, ambos na segunda etapa, anotaram os gols
do triunfo dos bávaros. Coman havia definido o triunfo por 1 a 0 no Parque dos
Príncipes, dia 14 de fevereiro
Donnarumma despede da torcida do PSG, em mais um ano de
fracasso na competição. Foto: Divulgação Paris Saint-Germain
O sonho do Paris Saint-Germain em conquistar a Europa foi
adiado mais uma vez. E novamente nas oitavas de final. O time sentiu falta do
brasileiro Neymar nesta quarta-feira, viu seu ataque pouco produzir na
Alemanha, e deu adeus à Liga dos Campeões com outro revés diante do Bayern, por
2 a 0, desta vez em Munique. Ano passado, na mesma fase, caiu diante do futuro
campeão Real Madrid.
Choupo-Moting e Gnabry, ambos na segunda etapa, anotaram
os gols do triunfo dos bávaros. Coman havia definido o triunfo por 1 a 0 no
Parque dos Príncipes, dia 14 de fevereiro. Desde o tropeço naquele jogo de ida,
foram três aparições do PSG e 11 gols marcados, retrospecto que reanimava a
equipe francesa e buscar uma reviravolta na série. Todos diziam que o time
buscaria se sobressair após perder Neymar, com lesão grave no tornozelo.
Mas a boa marcação dos alemães, a falta do habilidoso
brasileiro, e a apresentação abaixo do esperado dos astros Messi e Mbappé
acabaram decisivas para os donos da casa em uma Allianz Arena com 75 mil vozes
empurrando o Bayern.
Julian Nagelsmann afirmou antes de a bola rolar que seria
um grande risco ficar somente na defesa apoiado na vantagem de 1 a 0
conquistada no Parque dos Príncipes. O técnico do Bayern prometia uma equipe ofensiva
e assim foram os minutos iniciais.
Diante de um PSG um pouco menos ofensivo por causa da
lesão de tornozelo de Neymar – vai passar por cirurgia e só volta na próxima
temporada -, os primeiros minutos forem de um time rondando a área francesa.
Mas sem conseguiu espaços para finalizar. O principal lance de perigo dos
bávaros veio somente com 31 minutos, com Donnarumma salvando em finalização de
Musiala.
Naquele momento o PSG já havia equilibrado o confronto e
chegado nem com suas estrelas. Mbappé bateu na rede pelo lado de fora e Messi
tentou duas vezes após cruzamento de Nuno Mendes. Parou em cima dos marcadores,
que se atiraram na bola para evitar o gol.
Com 35 minutos, porém, novo baque aos franceses. O
zagueiro Marquinhos voltou a sentir dores nas costas e acabou substituído
Apesar de ser defensor, o brasileiro costuma ir para a área e vira e mexe deixa
seus golzinhos. Era força a atrás e surpresa na frente.
A chance de ouro dos visitantes veio aos 37 minutos. O
goleiro Sommer saiu jogando errado e Vitinha teve a chance de abrir o placar na
Allianz Arena. O zagueiro De Ligt cortou a batida sem força em cima da linha e
a igualdade prevaleceu até o intervalo, mesmo com os franceses melhores em
campo.
Com problemas físicos em Mukiele, substituto de Marquinhos,
Christophe Galtier foi obrigado a abrir mão do esquema com três zagueiros. Mais
aberto, o PSG começou passar aperto. Aos 6, Choupo-Moting abrir o placar, de
cabeça, mas a arbitragem acusou impedimento de Müller que teria resvalado na
bola no lance.
O clima começou a esquentar, com entradas mais bruscas.
Messi e Goretzka não se entendiam e uma entrada mais forte de Choupo-Moting em
Nuno Mendes, sem querer, fez os técnicos baterem boca. A torcida inflamou
apoiando ainda mais o Bayern, que era senhor do jogo na etapa decisiva.
Com postura mais atrevida, jogando no campo defensivo do
PSG, os bávaros amadureciam seu gol. Goretzka errou a cabeçada, mas logo
depois, após roubada de bola de Müller, serviu Choupo-Moting, que recebeu livre
e mandou às redes: 1 a 0. Foi o 17° gol do artilheiro, substituto do lesionado
Sadio Mané, na temporada.
Com dois gols de desvantagem, o PSG se lançou todo ao
ataque. Sommer fez milagre em cabeçada de Sérgio Ramos. Aberto, o time tentava
a todo custo o empata, mas dava os contragolpes ao ligeiro e leve ataque
alemão. O tempo ainda era um rival a mais.
Restando poucos minutos, o aniversariante Zaire Emery,
completando somente 17 anos, e Etikike, de 20, foram as últimas apostas de
Galtier. Os jovens, porém, não conseguiram ajudar Mbappé e Messi a uma virada
àquela altura improvável para levar a definição da vaga à prorrogação. A bonita
e grande festa foi mesmo alemã, contemplada com novo gol, de Gnabry, em
contragolpe mortal aos 44 minutos. Mané ainda fez o terceiro, mas estava
impedido. Mais uma vez o PSG se despede de maneira precoce e decepcionante por
tamanho investimento e expectativa criadas.
MILAN AVANÇA
Depois de nove anos amargando decepções na Europa e sem
chegar às oitavas de final da Liga dos Campeões, o Milan não apenas quebrou o
jejum como se garantiu entre os oito melhores, posição na qual não chegada
desde 2012. A equipe italiana, segunda maior vencedora da competição, com sete
taças, visitou o Tottenham e segurou o 0 a 0, avançando às quartas graças ao 1
a 0 no San Siro.
O jogo foi duro até os 31 minutos do segundo tempo,
quando o Tottenham perdeu Cristian Romero, expulso. Mesmo um a menos, os
ingleses ainda tiveram forças para quase anotar nos acréscimos. Porro cabeceou
e Maignan fez milagre. No contra-ataque, Origi carimbou a trave.
Em minoria no estádio, a torcida italiana cantou alto nos
minutos finais em Londres Campeão em 2007, o Milan volta às quartas após 11
anos para vibração gigante do técnico Stefano Pioli e dos jogadores.