06/12/2025

A mulher que fingia ser rapper enquanto tentava lavar R$ 21 bilhões em bitcoins roubados

Heather Morgan e o marido, Ilya Lichtenstein, foram presos em 2022, em Nova York, após a investigação policial rastrear a fortuna bilionária dos dois até o roubo das criptomoedas Um casal de cibercriminosos se declarou culpado por tentar lavar 4,5 bilhões de dólares (R$ 21,8 bilhões) em bitcoins roubados num ataque hacker em 2016. Heather Morgan e seu marido, Ilya Lichtenstein, foram presos em 2022, em Nova York, após a investigação policial rastrear a fortuna bilionária dos dois até o roubo das criptomoedas. Como parte do acordo judicial, Lichtenstein, que é programador, confessou que estava por trás do ataque hacker, e Morgan também se declarou culpada de uma acusação adicional de conspirar contra os Estados Unidos. Enquanto a dupla não era descoberta, Morgan se passava por rapper e empresária da área de tecnologia. Mesmo tentando encobrir os seus crimes, ela postava dezenas de clipes com músicas de rap cheias de palavrões, filmados em locais nos arredores de Nova York, sob o nome artístico de Razzlekhan. Nas letras, a “rapper” se gabava por ser uma “durona que faz muito dinheiro” e a “crocodilo de Wall Street”. Em artigos publicados na revista Forbes, Morgan ainda se vendia como uma bem-sucedida empresária da tecnologia, se classificando como “economista, empreendedora em série, investidora na área de softwares e rapper”. Mas, enquanto desenvolvia essa “persona” como música e empresária, ela e o marido estavam tentando lavar o dinheiro que haviam conseguido com o ataque hacker contra a Bitfinex, uma plataforma de criptomoedas. Agora, o casal vai cumprir penas de prisão, com Lichtenstein podendo pegar até 20 anos de reclusão, e Morgan, até 10 anos. Na época da prisão, em fevereiro de 2022, o montante de 119 mil bitcoins do casal estava avaliado em 4,5 bilhões de dólares – tornando-se a maior apreensão de criptomoedas já realizada por autoridades americanas e a maior apreensão financeira única na história do Departamento de Justiça dos EUA. Quando o roubo ocorreu, em 2016, os bitcoins valiam cerca de 71 milhões de dólares (R$ 344 milhões). BBCHeather Morgan publicava artigos na revista Forbes, como uma empreendedora na área tecnologia Esquema criminoso Documentos apresentados no tribunal mostram detalhadamente como o casal transformou os milhões de dólares em bitcoins da Bitfinex em dinheiro tradicional, usando técnicas sofisticadas para tentar evitar detecção. Um dos principais deslizes do casal, segundo a polícia, foi realizar compras com cupons de supermercado da Walmart pagos com os recursos roubados. “A polícia conseguiu ligar os vouchers da Walmart à parte do dinheiro roubado no ataque hacker contra a Bitfinex, o que levou ao avanço da investigação”, disse Jonathan Levin, fundador da Chainalysis, empresa de investigação de criptomoedas que esteve envolvida na descoberta. “Comprar cartões-presente e movimentar o dinheiro entre diferentes corretoras e diferentes criptomoedas nunca criou realmente a quebra de rastreabilidade que o casal desejava,” completou. Quando a polícia fez a operação no apartamento do casal em Manhattan, Nova York, foram encontrados livros ocos feitos para esconder celulares. Também descobriram dezenas de aparelhos celulares descartáveis, diversos pen drives e 40 mil dólares em dinheiro. Os investigadores conseguiram decifrar uma planilha detalhada que descrevia minuciosamente os métodos do casal para lavar o dinheiro, o que permitiu recuperar quase todo o montante roubado. Em documentos do tribunal, os promotores afirmam que encontraram registros de comunicação que indicam que Morgan e Lichtenstein planejavam fugir para a Rússia – país natal dele. Se tivessem conseguido, eles provavelmente viveriam uma vida de bilionários, bem longe de serem presos nos EUA. Quando o roubo ocorreu, os clientes da Bitfinex sofreram um “corte” forçado, perdendo 36% de seus ativos mantidos na corretora de criptomoedas. Depois, eles foram reembolsados. Agora, a empresa, que tem sede em Hong Kong, e alguns clientes que trocaram na época suas perdas por ações da Bitfinex estão prestes a receber a recompensa, assim que os bitcoins recuperados forem devolvidos. Heather Morgan postava vídeos cantando rap, sob o nome artístico de Razzlekhan –  (crédito: BBC)

Analistas refazem previsões e já preveem Selic a 11% até o fim do ano

Após o Comitê de Política Monetária decidir por uma redução maior da taxa básica, de 0,5 ponto percentual, especialistas apostam em um novo ciclo na economia brasileira. Eles acreditam, ainda, em um distensionamento entre o governo Lula e o Banco Central Após o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, anunciar, ontem, uma redução da taxa básica da economia (Selic) acima do esperado pela maioria do mercado, analistas começaram a refazer as previsões. A mediana das estimativas para os juros básicos no fim deste ano, atualmente em 12%, tende a ficar cada vez mais perto de 11% anuais. O Copom reduziu, nesta quarta-feira (02/08), a Selic em 0,50 ponto percentual, para 13,25% ao ano, marcando o início de um novo ciclo de queda dos juros básicos, que estavam 13,75% anuais desde agosto de 2022. A decisão não foi unânime, mas o BC sinalizou que haverá consenso para novos cortes da mesma magnitude nas próximas reuniões. Esse recado — apesar de o placar apertado de 5×4 —, deixou analistas mais otimistas e esperando uma reação positiva do mercado financeiro nesta quinta-feira (03/08). O EZW, índice de fundo negociado em Nova York que reflete o comportamento de ações do Índice Bovespa — principal indicador da Bolsa de Valores de São Paulo (B3) — registrava alta de 1,30% após o fechamento com queda de 0,75%. Outro motivo para essa visão mais otimista foi o fato de o presidente do BC, Roberto Campos Neto, ter votado pelo corte de 0,50 ponto percentual na Selic, em linha com os dois novos diretores indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Gabriel Galípolo (Política Monetária) e Ailton de Aquino Santos (Fiscalização). “Era possível uma redução de 0,50 ponto percentual na Selic. Isso não era impossível de acontecer. Mas o interessante da decisão foi que, apesar da divergência nos votos, agora, há uma unanimidade em torno de 0,50 ponto a partir da próxima reunião. Isso distensiona e coloca bastante tranquilidade pelo que vem pela frente”, destacou Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados. Trégua política Na avaliação dele, o BC pode, agora, deixar de lado a tensão que havia no primeiro semestre, sem ter um “risco técnico”. “O nosso cenário para a Selic no fim deste ano era de 12,25% e, agora, passa para 11,75%, mas mantemos a projeção de 9,25% para o fim do ano que vem. E, agora, espero uma relação mais tranquila entre governo e BC do que foi no primeiro semestre”, acrescentou. “A briga, agora, vai ser interessante sobre o final do processo de redução dos juros, com mais dois membros provavelmente heterodoxos podem acelerar a queda de juros e aí vamos contratar problemas para 2025”, emendou Vale. Ele lembrou que os mandatos da diretora de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos , Fernanda Guardado; e do diretor de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta, Maurício Moura; terminam em dezembro deste ano. “Campos Neto confirmou ser um bom estrategista e preservar a reputação do Banco Central e evitar ruídos de desgaste. Um membro técnico da diretoria, ou seja, ele próprio, votou e desempatou a favor dos 0,50, o mesmo voto de Galípolo”, destacou Eduardo Velho, economista-chefe da JF Trust. Ele aposta em novo corte de 0,50 ponto na Selic na reunião de setembro, para 12,75%. Rodrigo Romero, economista da Levante Investimento, também demonstrou otimismo em relação à reação dos mercados hoje. “O comitê reforçou a necessidade de manter uma política monetária contracionista até a consolidação do processo de desinflação e ancoragem das expectativas. Os mercados devem reagir bem, com impulso extra vindo do voto favorável de Campos Neto na direção de um corte de 0,50 p.p e não 0,25p.p como era amplamente esperado pelo mercado, validando ainda mais a tese de flexibilização nesse momento”, disse. O economista-chefe do PicPay, Marco Caruso, reconheceu que havia um consenso no mercado de que as condições para o cortes de 0,25 ponto ou de 0,50 ponto na Selic estavam dadas, se não fossem as críticas de Lula à autonomia do Banco Central – que acabaram desancorando as projeções de inflação do mercado. “Hoje, as estimativas para a inflação são muito parecidas com as do início de janeiro, antes das falas do presidente”, destacou. Arcabouço fiscal Conforme dados do boletim Focus, do Banco Central, a mediana das previsões para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2023 e 2024 estão em 4,84% e 3,89%, respectivamente. Caruso, contudo, reconheceu que há incertezas sobre como o governo vai conseguir cumprir as metas previstas no novo arcabouço fiscal nos próximos anos, pois a necessidade de novas receitas pode contribuir para pressões inflacionárias. Além disso, é importante não descartar o impacto do fenômeno El Niño de alta nos preços das commodities em 2024. Na avaliação do economista-chefe da Daycoval Asset, Rafael Cardoso, “não ficou muito claro” que o argumento prevaleceu entre os diretores do BC para decidir pela queda de 0,50 ponto percentual no próximo Copom, mas ele espera que o ritmo de redução seja mantido nas próximas reuniões. A casa reduziu de 12% para 11,75% a previsão para a Selic no fim deste ano e manteve em 9% a projeção para o fim de 2024 De acordo com André Perfeito, ex-economista-chefe da Necton Investimentos, o afrouxamento final da Selic deverá ser maior do que o mercado espera, devendo encerrar o ano em 11,75%. “Fatalmente, o ciclo se encerra já no começo do ano que vem, quando a Selic deve estar em 10,75%, taxa que ainda deve ser considerada contracionista. O fato de Campos Neto e Galípolo terem votado juntos evita problemas de conflitos internos na diretoria do Banco Central e na condução da política monetária”, apostou. Reunião do Copom que decidiu pela redução da Selic: nova fase na economia – (crédito: Raphael Ribeiro/BCB)

As mulheres ucranianas na linha de frente dos combates contra Rússia

Três das cinco mil mulheres soldados alistadas para a linha de frente na guerra contra a Rússia contam os desafios e preconceitos que sofrem Um número crescente de mulheres ucranianas têm se alistado para combater na linha de frente dos combates contra a Rússia. A BBC conversou com três das 5 mil mulheres soldados que atualmente combatem não apenas os inimigos russos, mas também lutam contra os constantes ataques preconceituosos desferidos pelos próprios companheiros de farda. Uma mulher morena, magra, de olhos azuis está se exercitando em uma academia de ginástica — isso seria um fato banal se não fosse pelo fato de a imprensa russa dizer que ela está morta. A sargento Andriana Arekhta integra uma unidade especial das Forças Armadas ucranianas e se prepara para retornar à linha de frente. A reportagem da BBC conversou com Andriana num centro de reabilitação da Ucrânia — num local que não pode ser revelado por questões de segurança — para onde foi levada após ter sido ferida, em dezembro, pela explosão de uma mina terrestre nos arredores da cidade de Kherson. Vários textos e vídeos publicados na imprensa russa comemoram a “morte” dela, fornecendo inúmeros detalhes. “Eles disseram que eu tinha perdido as pernas e as mãos e que eu tinha morrido em consequência da explosão”, conta Andriana. “Eles são extremamente profissionais na arte da propaganda”, acrescenta, se referindo aos russos. Os textos russos qualificam a sargento como “a executora”, e há também os que se referem a ela como uma “nazista que foi eliminada”. Sem que tivessem sido apresentadas mínimas provas, diversas matérias surgiram na mídia russa logo após a liberação da cidade de Kherson pelas forças ucranianas acusando a sargento de crueldade e sadismo. “Eu acho engraçado. Estou viva e vou continuar a defender meu país”, diz ela. Dezoito meses após a invasão russa, já são 60 mil mulheres servindo nas Forças Armadas ucranianas. Mais de 42 mil desempenham funções militares — incluindo as 5 mil soldados na linha de frente —, segundo o Ministério da Defesa ucraniano disse à BBC. O governo ucraniano acrescenta que, segundo as leis locais, nenhuma mulher pode ser convocada compulsoriamente — ou seja, todas teriam se alistado por livre vontade. Muita gente acredita que algumas funções são melhor desempenhadas por mulheres. “Perguntei ao meu comandante o que ele achava que eu poderia fazer melhor. Ele respondeu que eu seria uma sniper, uma francoatiradora de elite”, conta Evgeniya Emerald que até recentemente estava no front. Ela diz que, desde a Segunda Guerra Mundial, as mulheres snipers são elogiadas e acrescenta que a boa reputação não é à toa. “Enquanto os homens ficam na dúvida se atiram ou não, uma mulher nunca hesita. Talvez seja por isso que somos nós mulheres que damos à luz, e não os homens”, acrescenta ela, acariciando a filha de apenas três meses. Evgeniya, de 31 anos, recebeu treinamento militar em 2014, após a Rússia ter invadido a Crimeia, mas somente em 2022 ela resolveu se alistar no exército. Antes do conflito atual se ampliar atingindo todo o país, ela era gerente de uma joalheria. Evgeniya tem usado sua experiência administrativa para construir uma enorme base de seguidores nas redes sociais, onde tem divulgado o perfil de outras conterrâneas mulheres soldados. Da mesma forma que ocorre com Andriana, Evgeniya tem sido mencionada pela mídia russa como sendo “nazista” e “cruel”. Centenas de artigos já foram publicados sobre a atuação dela no front como sniper, em que também são fornecidas informações sobre sua vida privada. Segundo ela, o trabalho de um sniper é brutal tanto pelo lado psicológico como pelo aspecto físico. “Porque você pode ver tudo ao seu redor. Você vê também o momento em que atinge o alvo. Isso é horrível, da perspectiva de um sniper”, diz ela. Evgeniya, assim como as outras mulheres com quem falamos e que atuam na linha de frente, não podem revelar quantos alvos elas já atingiram. Evgeniya lembra o que sente sempre que recebe a missão de matar alguém. “Meu corpo treme por 30 segundos, meu corpo inteiro, e não consigo parar de tremer. É o momento em que você sabe que vai ter que fazer, não tem como voltar atrás”, ela conta. “Mas não fomos nós que invadimos o país deles. Eles vieram até aqui”, acrescenta. A porcentagem de mulheres nas Forças Armadas ucranianas vem aumentando desde a primeira invasão russa, em 2014, superando 15% em 2020. Muitas das mulheres alocadas na frente de combate contra os russos dizem que ainda têm que lutar uma outra batalha contra seus próprios colegas que mantêm atitudes sexistas. Evgeniya conta que teve que enfrentar esse tipo de problema antes de estabelecer sua autoridade e se estabelecer como sniper. “Quando cheguei nas forças especiais, um dos meus colegas combatentes me perguntou: ‘Garota, o que você está fazendo aqui? Devia estar na cozinha preparando borshch [uma sopa tradicional ucraniana].’ Eu me senti ofendida e respondi: ‘Você só pode estar brincando. Eu poderia estar na cozinha, mas também sou capaz de te derrubar’.” Outra soldado chamada Evgeniya, Evgeniya Velyka da ONG Arm Women Now, que presta ajuda às soldados ucranianas mulheres, concorda. “Na nossa sociedade, prevalece a ideia de que as mulheres só se alistam para conseguir um marido.” Ela diz que algumas mulheres relataram casos de abusos físicos. “É difícil avaliar a real extensão do problema, já que nem todas as mulheres soldados gostam de falar sobre isso”, ela diz. Em conversa com a reportagem, a vice-ministra da Defesa ucraniana, Hanna Malyar, minimizou o problema, dizendo que havia “poucos casos” de abuso se pensarmos que há “centenas de milhares” de pessoas mobilizadas no esforço de guerra. As mulheres que servem nas Forças Armadas não recebem uniformes produzidos para elas. Elas têm que usar uniformes masculinos que não são apropriados, incluindo roupas íntimas, sapatos de tamanho maior e coletes à prova de balas inadequados. Até a própria vice-ministra da Defesa, Hanna Malyar, disse que seu uniforme de campanha foi desenhado originalmente para um homem — e ela

Pai é suspeito de espancar filho de 8 anos por assistir pornografia em Pirenópolis

Homem também quebrou celular do filho, segundo a polícia Um menino de 8 anos teria sido espancado pelo pai após ser flagrado assistindo pornografia, na última segunda-feira (31), em Pirenópolis. Segundo o delegado Rafhael Barboza, a mãe, que mora em Cocalzinho de Goiás, denunciou o caso após o menino ir para a casa da família do pai passar nove dias, após a avó paterna buscá-lo. No dia da agressão, a mulher recebeu um print de um conteúdo adulto que estaria no celular da criança. Sem entender o que estava acontecendo, a mãe do menino ligou para a avó paterna, que afirmou que a criança estava assistindo pornografia. De acordo com a mãe, ela escutou a madrasta gritando que o menino estava apanhando, porque ela “não sabe criar filho”. Segundo a mãe, a avó disse que não entregaria a criança de volta. Após isso, a mulher foi até o Conselho Tutelar pedir ajuda para buscar o filho. Quando a criança chegou na casa da mãe, apresentava diversos ferimentos pelo corpo. A criança contou que a avó havia segurado ele enquanto o pai o espancava. Além disso, o menino disse que o pai quebrou o celular dele. Conforme o delegado, o suspeito prestará depoimento. O homem de 35 anos deve responder por maus-tratos e dano material. A identidade do pai e da avó não foi revelada e, por isso, não foi possível entrar em contato com a defesa deles. Pai espanca criança por assistir conteúdo adulto, em Pirenópolis (Foto: Divulgação/Polícia Civil)

Toffoli anula provas da Odebrecht que apontavam propina a Cabral

Toffoli considerou que as provas extraídas a partir dos sistemas Drousys e My Web Day B contra ex-governador do Rio seriam nulas O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli estendeu ao ex-governador do Rio de Janeiro Sergio Cabral a decisão que declarou a imprestabilidade de provas de acordo de leniência celebrado pela empresa Odebrecht. Dessa forma, ficam anuladas as provas obtidas a partir dos sistemas Drousys e My Web Day B, que embasavam denúncia de que o político recebeu propina da empreiteira. O pedido da defesa do ex-governador afirmava que as provas deveriam ser anuladas nas denúncias contra Cabral, “de modo que, assim como não podem ser aplicadas aos casos do presidente Lula, do vice-presidente Geraldo Alckimin e do empresário Walter Faria, também não podem ser utilizadas em desfavor de Sergio Cabral.” Na decidão desta terça-feira (1º/8), Toffoli reconheceu que Cabral era alvo de imputações penais que possuiam lastro no acordo de leniência da Odebrecht e nas planilhas de dados extraídos diretamente dos sistemas Drousys e My Web Day B. Os sistemas eram utilizados pelo chamado “Setor de Operações Estruturadas”, em tese, responsável pelos pagamentos de propinas da empreiteira. O entendimento do ministro seguiu o do ex-ministro Ricardo Lewandowski, a respeito do tema. “Não há como deixar de concluir que os elementos de convicção derivados do sistema Drousys, (…) que emprestam suporte à ação penal movida contra o requerente, encontram-se nulos”, decidiu Toffoli. Toffoli considerou que a “imprestabilidade das provas questionadas pelo reclamante foi placitada em decisão da Segunda Turma do STF – transitada em julgado -, em face da comprovada contaminação do material probatório arrecadado pela 13ª Vara Federal de Curitiba”. Dessa forma, ficam anuladas as provas obtidas a partir dos sistemas Drousys e My Web Day B, que embasavam denúncia de que o político recebeu propina da empreiteira.

Copom corta juros em 0,50 ponto percentual, para 13,25% ao ano

Última redução da taxa ocorreu há três anos; Selic permanecia em 13,75% desde agosto de 2022; Campos Neto votou por 0,50 pp O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), reduziu em 0,50 ponto percentual os juros básicos do país, a Selic, nesta quarta-feira (2/8). Com isso, a nova taxa passa de 13,75% para 13,25% ao ano. Esse foi o primeiro corte de juros promovido pelo órgão desde agosto de 2020, há três anos, portanto. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, surpreendeu e votou por uma redução de 0,50 ponto percentual da taxa. Ele acabou exercendo o voto de desempate. Também votaram pela redução de 0,50 os seguintes membros do Comitê: Ailton de Aquino Santos, Carolina de Assis Barros, Gabriel Muricca Galípolo, indicado por Lula, e Otávio Ribeiro Damaso. Votaram por um corte de 0,25 ponto percentual Diogo Abry Guillen, Fernanda Magalhães Rumenos Guardado, Maurício Costa de Moura e Renato Dias de Brito Gomes. Em novembro de 1997, ou seja, há quase 26 anos, os juros básicos atingiram 1% no Brasil. Desde então, o ponto mais baixo foi alcançado em agosto de 2020, quando eles foram fixados em 2% ao ano. A taxa ficou nesse patamar até março de 2021, já na pandemia, quando começou a subir. Em agosto de 2022, a Selic atingiu 13,75%. O percentual foi mantido nas sete reuniões seguintes do Copom, provocando a ira de Lula. Para boa parte dos analistas econômicos, a redução desta quarta-feira marca o início de um ciclo de baixa da taxa de juros no país.

Abordagem no Setor Marista termina com prisão por tráfico em Aparecida

Homem de 20 anos possuía 2 pés de maconha em casa No início da noite desta segunda-feira (31), a equipe policial do 6° BPM realizou uma abordagem a dois homens no Setor Marista, que resultou na apreensão de drogas e na prisão de um suspeito por tráfico, em Aparecida de Goiânia. Na ocasião, os policiais encontraram uma porção de maconha escondida dentro da capa do celular de um dos homens. Ao ser questionado sobre a origem da droga, o indivíduo confessou que tinha mais drogas em sua residência. No endereço, em Aparecida de Goiânia, o indivíduo entregou várias porções de maconha, além de uma balança de precisão e dois pés da planta. O homem de 20 anos foi detido no local e encaminhado à Central Geral de Flagrantes, onde foi autuado por tráfico de drogas. Ao ser questionado sobre a origem da droga, o indivíduo confessou que tinha mais drogas em sua residência.

CPI: Malta cita “infiltrados” no 8/1 e bate boca com Eliziane Gama. Veja vídeo

Malta e a senadora Eliziane Gama (PSD) tem desavença durante fala de Magno a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) de 8/1 Houve bate-boca entre os senadores Magno Malta (PL-ES) e Eliziane Gama (PSD-MA) durante o depoimento do ex-diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Saulo Moura da Cunha na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos golpistas de 8 de Janeiro, nesta terça-feira (1º/8). Os ânimos esquentaram quando Malta reclamou que os bolsonaristas são frequentemente apontados como os responsáveis pelo quebra-quebra nos Três Poederes. E citou o golpista que destruiu o relógio de Dom João VI, que, segundo ele, é um “infiltrado do MST”. Eliziane, relatora da CPMI, interrompeu o raciocínio do senador, ao dizer que ele “desinforma na comissão” e espalha fake news. “Quer a palavra, eu te dou, toma”, reagiu o senador. “Não é ave, Maria, não, mas é cheia de graça. Não toquei no seu nome”, completou. O presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (PP-BA), pôs panos quentes na situação e devolveu a palavra a Malta. Alerta por zap Em depoimento à CPMI, o ex-diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Saulo Moura da Cunha afirmou que o general da reserva Marco Edson Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), foi alertado no WhatsApp sobre os possíveis ataques antidemocráticos em Brasília. Cunha acabou exonerado do cargo da diretoria da Abin em março e, em abril, escolhido pelo presidente Lula para chefiar a assessoria especial de Planejamento e Assuntos Estratégicos do GSI. Ele assumiu as funções no GSI em 13 de abril. No dia 19, uma semana depois, foram divulgadas imagens do então ministro-chefe do GSI, Gonçalves Dias, dentro do Palácio do Planalto durante a invasão de 8/1. A convocação à CPI foi pedida por quatro parlamentares da oposição: senador Magno Malta (PL-ES), deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), deputado Marco Feliciano (PL-RJ) e deputado Delegado Ramagem (PL-RJ), sob a justificativa de que ele era diretor adjunto da Abin no dia dos atos antidemocráticos. Eliziane, relatora da CPMI, interrompeu o raciocínio do senador, ao dizer que ele “desinforma na comissão” e espalha fake news. . “Quer a palavra, eu te dou, toma”, reagiu o senador.

MST volta a invadir fazenda da Embrapa e impede feira destinada ao agronegócio

A mesma área foi ocupada em abril deste ano, durante a chamada Jornada Nacional de Luta pela Terra e pela Reforma Agrária, conhecida como abril vermelho O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) voltou a invadir uma fazenda da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em Petrolina (PE), a cerca de 700km do Recife. Anunciada no domingo (30), após assembleia, a ocupação foi concretizada nesta segunda-feira (31). Mais de 1,5 mil sem terra estão na área, que sediará o Semiárido Show entre terça (1º) e sexta-feira (4). “A reocupação durante o evento tem como objetivo chamar a atenção das autoridades sobre a emergência da implementação da reforma agrária, considerando que desde as negociações com os órgãos competentes, não houve avanço nas pautas e os acordos ficaram estagnados”, diz nota do MST. A mesma área foi ocupada em abril deste ano, durante a chamada Jornada Nacional de Luta pela Terra e pela Reforma Agrária, conhecida como abril vermelho. A direção do MST acusa o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de não cumprir a promessa de assentar famílias de trabalhadores rurais. O acordo, segundo o movimento, previa que parte dos 2 mil hectares de terras da Embrapa fosse destinada à reforma agrária. Também ficou acordado que o governo federal faria levantamentos de áreas da Codevasf, Chesf, Dnocs e demais órgãos federais para fins de reforma agrária. Outro ponto seria a transformação da unidade avançada do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) de Petrolina em uma superintendência. Desde maio, a unidade é comandada por Edilson Barros de Lima, militante do MST há mais de 30 anos.  “Nós elegemos o governo Lula e precisamos que o ministério (do Desenvolvimento Agrário) cumpra seu papel em atender as demandas da reforma agrária e possam cumprir as políticas voltadas para os movimentos sociais e não somente servir os interesses do agronegócio”, afirmou Jaime Amorim, da direção do MST em Pernambuco. Os sem-terra tomaram a estrutura montada para receber o Semiárido Show. A feira, que costuma acontecer anualmente em agosto, apresenta novas tecnologias para os agricultores familiares da região, costuma receber mais de 20 mil pessoas vindas de diferentes estados do Nordeste. O MST informou que vai impedir a realização do Semiárido Show em Petrolina caso os pontos básicos da pauta não avancem. “Sem acesso à terra, as famílias têm todo direito de protestarem. A criação de assentamentos no momento de reconstrução da economia do país poderia ser um forte instrumento de desenvolvimento local. A Embrapa Semiárido insiste em usar sua estrutura para fazer feirinha para o agronegócio e para o agronegocinho”, disse o MST em nota. A Embrapa foi procurada pela reportagem e informou que está apurando as informações sobre a invasão e que vai encaminhar um posicionamento assim que esse for definido pela direção da empresa federal. (Com Folhapress) feira (31) Foto: Divulgação/MST

Inquérito militar livra tropas e aponta erro do governo Lula no ataque de 8/1

Apuração do Exército diz que era possível ter evitado com planejamento invasão do Planalto ou minimizado danos O inquérito policial militar aberto para investigar os militares que deveriam ter protegido o Palácio do Planalto diante dos ataques golpistas de 8 de janeiro livrou as tropas de culpa e apontou “indícios de responsabilidade” da Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial, que integra a pasta do GSI (Gabinete de Segurança Institucional). A apuração concluiu que, se houvesse tido planejamento “adequado” no início do governo do presidente Lula (PT), seria possível ter evitado a invasão do palácio ou minimizado os estragos. O relatório sigiloso foi finalizado em 2 de março e recebeu uma complementação no dia 14 daquele mês. A investigação indica a responsabilidade da secretaria do GSI de forma genérica, sem mencionar o nome dos responsáveis. A conclusão cita ainda a sigla DSeg, do Departamento de Segurança Presidencial. À época, a secretaria era chefiada pelo general Carlos Feitosa Rodrigues. Ele chegou ao cargo em 2021, na gestão do bolsonarista Augusto Heleno. Foi mantido no governo Lula pelo general Gonçalves Dias, ministro do GSI que pediu demissão em abril após a divulgação de imagens que colocaram em xeque a atuação do órgão durante o 8 de janeiro. Como no caso de Feitosa, a situação se repetia no Departamento de Segurança Presidencial da secretaria. O diretor, coronel Wanderli Baptista da Silva Junior, também havia sido nomeado por Heleno e mantido por Gonçalves Dias. Ele ficava diretamente abaixo de Feitosa na estrutura interna do gabinete. O inquérito militar afirma que, no âmbito do GSI, “resta evidente” que “o planejamento, o acionamento e o emprego” de militares “no tocante às ações ligadas à manutenção da integridade física do Palácio do Planalto e adjacências” cabe à secretaria. O relatório destaca que, de acordo com o protocolo que define as ações do GSI e do CMP (Comando Militar do Planalto) na defesa do palácio (chamado de Plano de Operações Escudo), competia ao DSeg “acionar o deslocamento” da tropa de choque do Exército. Também era obrigação da secretaria “buscar informações indispensáveis ao planejamento de ações preventivas” junto à Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e aos órgãos da Secretaria da Segurança Pública do Distrito Federal, o que não foi feito. No dia 6 de janeiro, uma sexta-feira, o GSI previu situação de “normalidade” no final de semana. A Abin diz que o ex-ministro do GSI recebeu 11 alertas em seu WhatsApp do dia 6 de janeiro até o início dos ataques. A título de comparação, o inquérito policial militar constatou que o número de militares no dia 8 de janeiro era menor do que o de 31 de julho do ano passado, quando Jair Bolsonaro (PL) convocou manifestantes contra o STF. Na ocasião, a segurança do Planalto havia sido reforçada por 110 militares —o equivalente a uma subunidade ou três pelotões. No dia 8 de janeiro, o Comando Militar do Planalto enviou apenas um pelotão (36 homens) por volta das 12h.  “Desta forma, é possível concluir que, sendo realizado um planejamento das ações de segurança adequado, com o acionamento de valor de tropa suficiente, a execução das ações de segurança por parte das tropas do CMP teria melhores condições de êxito”, diz. “Nesse sentido, a invasão ao Palácio do Planalto poderia ter sido evitada ou minimizado os danos patrimoniais sofridos”, completa. O inquérito militar afirma que, devido à falta de planejamento, as tropas em campo não tinham condições de reagir à investida golpista. Por isso, diz que “não foram encontrados indícios de crime militar ou crime comum na atuação das tropas”.  “Devido a uma previsão de ‘normalidade’ por parte daquele órgão [Secretaria Presidencial] —que não se verificou na realidade—, o efetivo solicitado ao CMP e empregado foi abaixo do necessário diante do grande número de invasores e do comportamento agressivo dos mesmos.” “Noutro vértice, conclui-se que há indícios de responsabilidade da Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial/Dseg quanto à invasão do Palácio do Planalto, considerando que houve falha no planejamento e na execução das ações”, aponta o inquérito militar. Atos golpistas de 8 de janeiro  (Foto: Marcelo Camargo – Agência Brasil)

BC começa a reduzir juros nesta quarta-feira, aposta mercado

Início de novo ciclo de baixa dos juros nesta semana é consenso entre analistas. A dúvida é sobre o tamanho do corte. A maioria prevê redução de 0,25 ponto percentual, o que levaria a taxa básica para 13,50% ao ano Às vésperas da 5ª reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) deste ano, que começa nesta terça-feira (1/8) e termina na quarta (2/8), não há dúvidas entre analistas e agentes financeiros de que o Banco Central (BC) iniciará um novo ciclo de redução da taxa básica de juros, a Selic, que está em 13,75% ao ano desde agosto de 2022. As dúvidas são sobre o tamanho do corte, com as apostas do mercado divididas entre 0,25 e 0,50 ponto percentual. A possibilidade de uma redução maior é praticamente descartada pelos analistas. A maioria dos economistas ouvidos pelo Correio acredita numa diminuição de 0,25 ponto na Selic, que cairia para 13,50%, e numa posterior queda gradual, mesmo com os indicadores de inflação em franca desaceleração. Incertezas econômicas, piora nas contas públicas e ruídos políticos são alguns dos alertas que embasariam a postura mais conservadora do BC. As atenções do mercado estarão voltadas para o comunicado que será divulgado pelo Copom na quarta-feira, pois a expectativa é de que a decisão sobre o novo patamar da Selic não será unânime. Há dois novos integrantes no colegiado: o diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, e o diretor de Fiscalização, Ailton de Aquino Santos, os primeiros escolhidos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que não tem poupado críticas ao BC. Com a previsão de um ciclo gradual de redução, analistas não descartam a possibilidade de a Selic chegar ao fim de 2024 ainda próxima de 10%. A mediana das estimativas do mercado coletadas pelo BC no boletim Focus prevê os juros básicos terminando em 12% neste ano, passando para 9,50% no fim do ano que vem. Por isso, há muita preocupação no governo com a perspectiva de que a política monetária continue restritiva e segurando atividade econômica. Isso em um cenário no qual a politica fiscal precisará ser menos expansionista — e não apenas por conta do novo arcabouço fiscal e da reforma tributária, que ainda não estão definidos, o que não permite estimar seu impacto sobre a despesa púbica. A certeza é de que o Produto Interno Bruto (PIB) vai desacelerar no ano que vem, ou seja, o governo vai arrecadar menos, enquanto os gastos permanentes não param de aumentar — um sinal amarelo para o Copom. BC deve manter cautela e queda será gradual As projeções do mercado para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, ainda estão acima do teto da meta deste ano, de 4,75%, o que pode significar o terceiro descumprimento consecutivo da meta pelo BC. Analistas recordam que, na ata da última reunião, em junho, o Copom sinalizou que poderia iniciar o ciclo de cortes em agosto, mas reforçou que o processo desinflacionário tende a ser lento e requer “parcimônia e cautela na condução da política monetária”. Roberto Padovani, economista-chefe do Banco BV, acredita que o comitê tem motivos para continuar cauteloso. O objetivo é alcançar o centro da meta de inflação, de 3%, em 2024. “A trajetória de inflação é claramente de queda, tanto a inflação cheia quanto os núcleos. A dúvida, para o Copom, é o ritmo de convergência para a meta. O Banco Central tem espaço para flexibilizar a taxa de juros. Isso é consenso. A questão é se vai cortar 0,25 ou 0,50 ponto percentual. Como os núcleos ainda estão rodando em um patamar de 6,5% a 7% ao ano, o Banco Central deve se manter cauteloso”, diz Padovani. Divergências no colegiado Para Eduardo Velho, economista-chefe da JF Trust, qualquer divergência na decisão do Copom será um péssimo sinal para o mercado. Por isso, ele acredita ser provável que o presidente do BC, Robero Campos Neto e Galípolo votem pela mesma intensidade da queda dos juros “para evitar um impacto negativo nos mercados e melhorar as expectativas e prêmios de risco”. Na avaliação dele, pode se repetir, no Copom, o pragmatismo mostrado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) na reunião de junho — quando Campos Neto, o ministro Fernando Haddad, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, votaram pela manutenção da meta de inflação de 3% para os próximos três anos, alterando apenas o prazo, que passou a ser contínuo e não mais vinculado ao ano calendário. Luis Otávio de Souza Leal, economista-chefe da G5 Partners, destaca que os operadores de mercado estão mais otimistas do que os economistas nas projeções sobre o corte dos juros. Para ele, é muito difícil uma redução acima de 0,50 ponto percentual agora, pois a ata da última reunião indicou que há, no colegiado, um grupo mais cauteloso sobre a condução da política monetária. “Não é novidade essa cautela, e o dado do mercado de trabalho de sexta-feira (que indicou queda no desemprego, portanto, um fortalecimento da demanda) alimenta o discurso parcimonioso do Banco Central”, frisa. Preocupações com riscos fiscais e El Niño Apesar de prever corte de 0,25 ponto percentual na Selic, Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, não descarta uma redução maior, de 0,50 ponto, tendo em vista os dados de inflação melhores do que o esperado. Contudo, faz algumas ressalvas. “Há riscos para ano que vem que ainda são difíceis para o BC colocar na conta, especialmente o fenômeno climático El Niño, que pode elevar os preços das commodities de novo. É muito provável que a inflação fique acima de 3% em 2024. Talvez, o BC trabalhe com esse cenário de risco para ir com calma no processo de corte de juros. De qualquer maneira, vai ser uma decisão marcada por divergências que certamente ocorrerão com os novos diretores”, observa Vale. De acordo com José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator, é preciso incluir nas apostas para o próximo Copom o ruído político provocado no mercado, na semana passada, pela indicação do economista Márcio Pochmann, ligado à

Alexandre de MORAES dá prazo de 120 dias para o GOVERNO LULA apresentar ações de ajuda para população em situação de rua

Na decisão, ministro citou o trabalho do Padre Júlio Lancellotti no combate à rejeição e aversão de pessoas pobres. O plano de ação e monitoramento para a implementação da política nacional para a população em situação de rua, recebeu um prazo de 120 dias do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Moraes conferiu uma ação dos partidos do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, da Rede Sustentabilidade e do PSOL. A ação aponta uma série de omissões do poder público para garantir os direitos da população em situação de rua no país. De acordo com o G1, a ação alega um verdadeiro estado de condições desumanas e inconstitucionais. A partir das decisões da Corte Constitucional Colombiana, surgiu o estado de coisas inconstitucionais que foi reconhecido, pela primeira vez, no STF. O estado é caracterizado por uma sistemática e massiva violação de direitos fundamentais, atingindo um enorme número de pessoas. Na decisão, Alexandre de Moraes citou o trabalho do Padre Júlio Lancellotti no combate à rejeição e aversão a pessoas pobres. “É possível vislumbrar que a aporofobia também pode se concretizar em atos estatais diversos das construções hostis, como apreensões de meios de vida e material de trabalho, destruição de pertences e abordagens agressivas, atos estes muitas vezes praticados por agentes do Estado. Assim, o contato dessas pessoas com o Estado assume uma característica higienizadora e de criminalização”, afirmou o ministro na decisão. Diagnóstico atualizado O ministro também ressaltou a necessidade de que a solução para este segmento da população seja feita de forma consensual e coletiva pelo Poder Público. “A necessidade de construir uma solução consensual e coletiva torna necessário que a União formule o plano de ação e monitoramento para a efetiva implementação da Política Nacional para a População em Situação de Rua, com a participação, dentre outros órgãos, do Comitê intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da Política Nacional para População em Situação de Rua (CIAMP-Rua), do Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), da Defensoria Pública da União (DPU) e do Movimento Nacional da População em Situação de Rua”, afirmou. O plano deve apresentar, por exemplo, um diagnóstico atual da população em situação de rua, com identificação do perfil e necessidades para auxiliar a formulação de política públicas, formulação de políticas para fomentar a saída da rua através de programas de emprego e de formação para o mercado de trabalho. O documento deve incluir ainda o estabelecimento de meios de fiscalização de processos de despejo e de reintegração de posse no país, além do impacto no tamanho da população em situação de rua. Os municípios terão 120 dias para a realização de diagnóstico pormenorizado da situação nos respectivos territórios, com a indicação do quantitativo de pessoas em situação de rua por área geográfica, quantidade e local das vagas de abrigo e de capacidade de fornecimento de alimentação Em relação aos municípios e Estados, o ministro determinou ainda que, dentro de suas competências, devem efetivar medidas que: •             Garantam a segurança pessoal e dos bens das pessoas em situação de rua dentro dos abrigos institucionais existentes; •             Disponibilizem o apoio das vigilâncias sanitárias para garantir abrigo aos animais de pessoas em situação de rua; •             E proíbam o recolhimento forçado de bens e pertences, assim como a remoção e o transporte compulsório de pessoas em situação de rua. Também devem ser previstos mutirões da cidadania periódicos para a regularização de documentação, inscrição em cadastros governamentais e inclusão em políticas públicas existentes. Alexandre de Moraes dá prazo de 120 dias para o GOVERNO LULA apresentar ações de ajuda para a população em situação de rua

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