10/12/2024

Venezuela e Guiana concordam em não utilizar a força para resolver a questão de Essequibo.

Nesta foto divulgada pela assessoria de imprensa de Miraflores, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro - (crédito: Zurimar Campos / Venezuelan Presidency / AFP)

Maduro e Ali decidiram que se encontrarão novamente no Brasil, em três meses ou em um novo prazo a ser acordado, para retomar as discussões sobre a questão territorial.

Os presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro, e da Guiana, Irfaan Ali, acordaram nesta quinta-feira, 14, não utilizar a força “em nenhuma circunstância” para resolver a disputa territorial pela região de Essequibo, conhecida por sua riqueza petrolífera. O encontro ocorreu em Argyle, no arquipélago caribenho de São Vicente e Granadinas, e contou com a participação do assessor especial para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, em representação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Uma declaração conjunta com 11 tópicos foi emitida após a reunião.

Ambos os países concordaram que “qualquer controvérsia entre os dois Estados será resolvida em conformidade com o direito internacional, incluindo o Acordo de Genebra de 17 de fevereiro de 1966”. Neste acordo, o Reino Unido, colonizador da Guiana, reconheceu a existência de uma disputa territorial desde o século 19. Apesar disso, a Guiana alcançou sua independência no mesmo ano, e a questão permanece pendente desde então. No início do mês, Maduro patrocinou um plebiscito reivindicando a posse de Essequibo.

Maduro e Ali concordaram em realizar uma nova reunião no Brasil, daqui a três meses ou em um novo prazo a ser acordado, para retomar as discussões sobre a questão territorial. Um dos tópicos da declaração destaca que “os dois países concordaram em estabelecer imediatamente uma comissão conjunta dos ministros de Relações Exteriores e de técnicos dos dois Estados para tratar de questões mutuamente acordadas. Uma atualização desta comissão conjunta será submetida aos presidentes da Guiana e da Venezuela dentro de três meses.” O texto também menciona a escolha de Lula como um dos interlocutores internacionais, e o secretário-geral da ONU, António Guterres, como um dos observadores.

Tribuna Livre, com informações da AFP

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