Futuro ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias,
afirmou haver “coisas estranhas” em base cadastral
(crédito: EVARISTO SA / AFP)
Na chegada ao Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB),
nesta segunda-feira (26/12), o futuro ministro do Desenvolvimento Social,
Wellington Dias, afirmou que o governo passará um “pente fino” nos cadastros do
programa Bolsa Família. “Nós temos um cadastro muito grande com cerca de 90
milhões de pessoas presentes. Tem coisas estranhas, cresceu muito o número de
famílias unipessoal, aquela família de uma só pessoa.”
Segundo Dias, o governo usará de dados do Censo do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que deve encerrar as
pesquisas coincidindo com o início do mandato de Luiz Inácio Lula da Silva,
para apurar os atuais contemplados pelo benefício. “Nós vamos ter uma coisa
nova muito importante que é coincidir o primeiro momento do mandato com todo um
esforço para concluir o Censo do IBGE, que inclusive trabalha com
georreferenciamento e isso vai muito ajudar para que possamos garantir uma
eficiência na avaliação e análise dessa base de dados e, é claro, com muita
responsabilidade e cuidado.”
“O presidente quer que tudo seja feito de forma muito
humana, evitando injustiça, para que a gente trate realmente com muita
oportunidade de defesa”, explica. “Porém, é claro, naquilo que tiver de
irregular, vamos tratar isso.”
O ex-governador do Piauí criticou que denúncias de fraude
no Bolsa Família, atualmente batizado de Auxílio Brasil, só tenham recebido
atenção ao fim do mandato de Jair Bolsonaro. “É estranho que, com denúncias
formais ainda do primeiro semestre, somente no finalzinho do mandato se adote
medidas como essa”, observa. “Assumindo o mandato, nós teremos todas as
equipes de diferentes áreas, integradas com os estados e municípios, para que
possamos trabalhar, de um lado, uma busca ativa, para não deixar ninguém para
trás, como prometeu o presidente. Mas do outro lado também, para que a gente
possa garantir as condições de não estar usando o dinheiro público de forma
ilegal.”
Wellington Dias também foi questionado sobre se e onde
será alocada Simone Tebet, mas o futuro ministro se esquivou e se limitou a
dizer que cabe a Lula “dialogar com cada partido, o seu e outros partidos, para
essas definições”.
“Primeiro, o presidente já demonstrou ter grande carinho,
respeito e reconhecimento em relação à senadora Simone Tebet como uma líder
especial dentro do MDB. Mas, como ele já havia dito, tratando sempre com os
partidos e junto com esse diálogo que ele toma decisões em relação a vários
outros (nomes).”
Importante parte da campanha petista no segundo turno,
Simone Tebet desejava ocupar o Ministério do Desenvolvimento Social. No
entanto, a escolha foi manter a pasta dentro do Partido dos Trabalhadores, com
Dias. Agora, a emedebista enfrenta dificuldades para encontrar um Ministério
para chamar de seu, estando cotada para Planejamento, Turismo e Cidades.