Ex-presidente conversou com influenciador da
extrema-direita nos EUA e disse que voltará ao Brasil para fazer “oposição
responsável” a Lula
Recluso nos EUA desde o final de dezembro, quando se
recusou a cumprir o rito democrático de passar a faixa presidencial ao seu
sucessor, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) revelou quais são seus planos para
um futuro próximo, ao promete voltar para o Brasil: continuar na política para
coordenar as novas lideranças da direita no país, que, segundo ele, surgiram
após sua gestão.
“Tenho que continuar na política. É aquilo [a atividade]
na qual me descobri, um pouco tarde, talvez. Mas por ausência de lideranças de
direita no Brasil, me vejo na obrigação de coordenar essas novas lideranças que
têm surgido para que o Brasil não mergulhe de vez no socialismo ou no
comunismo”, disse o ex-presidente, citando regimes políticos que jamais
existiram no Brasil.
As declarações foram dadas em entrevista ao podcast ‘The
Charlie Kirk Show”, apresentado pelo militante de extrema-direita
norte-americano Charlie Kirk, na última sexta-feira (3/2).
“O Brasil não tinha direita. Eu consegui juntar esse povo
todo, falar dos valores e da importância deles para o futuro do Brasil. É uma
massa muito grande que fará a diferença em eleições futuras”, ressaltou
Bolsonaro.
A Kirk, o ex-presidente disse que deve voltar ao Brasil
nas próximas semanas e que pretende fazer uma “oposição responsável” ao
presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Bolsonaro ainda assegurou que “há
uma vontade muito grande por parte de muitos brasileiros” de que ele retorne “o
mais rápido possível”.
Na entrevista, Bolsonaro ainda atacou o governo Lula,
que, para ele, fez muita coisa errada em 30 dias. “Costumo dizer que o Brasil
não precisa de oposição ao governo do PT”.
Visto de visitante
Bolsonaro ainda não divulgou quais seus planos para os
próximos meses. No fim de janeiro, o ex-presidente solicitou ao governo dos
Estados Unidos um novo visto de visitante para permanecer no país. Se aceito, o
ex-presidente poderá permanecer no país por mais seis meses.
Bolsonaro, que também na sexta, participou de um evento
da extrema-direita, comentou sua estadia nos EUA: “A minha intenção de vir para
cá é ficar afastado do início do governo que assumiu agora. Eu sabia que seria
bastante conturbado e eu não queria ser acusado de colaborar com uma forma
desastrada de começar aquele governo.”