22/12/2024

Governo solicita ao STF uma revisão na modalidade de pagamento de precatórios

O pedido tem como objetivo contestar a constitucionalidade das emendas que estabeleceram um limite anual para as despesas relacionadas ao pagamento de precatórios até 2027.

A Advocacia-Geral da União (AGU), em parceria com o Ministério da Economia, apresentou um requerimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira, 25 de setembro.

Essa legislação, aprovada em 2021, obriga o governo federal a aceitar o uso de créditos provenientes de decisões judiciais definitivas como forma de pagamento em diversas situações, como concessões de serviços públicos e aquisições de propriedades públicas. O governo busca, com essa medida, quitar uma dívida acumulada de aproximadamente R$ 95 bilhões e modificar permanentemente como esses pagamentos são registrados nas finanças públicas.

A AGU ressalta em sua manifestação que as emendas constitucionais não apenas “contrariam princípios constitucionais”, mas também causam “um sério desequilíbrio nas contas públicas”. De acordo com o documento, o novo sistema de precatórios resultou em “um volume significativo e crescente de despesas acumuladas artificialmente”, que só começarão a ser pagas a partir de 2027, e não apresenta perspectivas de solução para equacionar essa dívida a longo prazo, o que poderia levar a uma nova moratória.

Se aprovada pelo STF, essa medida permitirá que o Ministério da Fazenda argumente que o pagamento do passivo não estava previsto e, como se trata de uma despesa extraordinária, deve ser excluída do limite de gastos imposto pelo novo Arcabouço Fiscal. Isso permitirá ao governo efetuar o pagamento sem infringir as regras fiscais. Além disso, as despesas relacionadas aos precatórios serão separadas permanentemente: o valor principal da dívida será considerado uma despesa primária e estará sujeito ao limite de gastos, enquanto os juros serão tratados como despesa financeira.

A AGU também solicita que o STF autorize o governo a abrir créditos extraordinários para quitar o passivo relacionado aos precatórios. Além disso, ela argumenta que é necessário distinguir entre o valor principal dos títulos (que, de acordo com a administração de Lula, continuará sendo considerado uma despesa primária) e os encargos financeiros decorrentes de juros e correção monetária. O objetivo fundamental dessas ações é assegurar a realização dos princípios de responsabilidade fiscal e segurança jurídica, que são pilares fundamentais para a estabilidade econômica e desenvolvimento social, conforme estabelecido na Constituição de 1988.

Tribuna Livre Brasil com informações

Deixe um comentário

Leia também
Fim do DPVAT passa na Câmara e segue para o Senado
Fim do DPVAT passa na Câmara e segue para o Senado
Braga Netto pede para depor à PF e nega querer delação premiada, diz nova defesa
Braga Netto pede para depor à PF e nega querer delação premiada, diz nova defesa
Lewandowski revoga portaria de Bolsonaro e volta a limitar poder da PRF
Lewandowski revoga portaria de Bolsonaro e volta a limitar poder da PRF
Eduardo Bolsonaro: “Caminho do Tarcísio em 2026 é a reeleição em SP”
Eduardo Bolsonaro: “Caminho do Tarcísio em 2026 é a reeleição em SP”
Lira atualiza previsão para votar pacote de corte de gastos do governo
Lira atualiza previsão para votar pacote de corte de gastos do governo
PL dos militares tem "grandes chances" de ser aprovado no Congresso, diz Múcio
PL dos militares tem "grandes chances" de ser aprovado no Congresso, diz Múcio
PL e PT se unem, no DF, em defesa do Fundo Constitucional
PL e PT se unem, no DF, em defesa do Fundo Constitucional
Braga Netto prestará novo depoimento à PF nos próximos dias
Braga Netto prestará novo depoimento à PF nos próximos dias
Lula recebe alta hospitalar após hemorragia e operação
Lula recebe alta hospitalar após hemorragia e operação
Moraes multa Marcos do Val em R$ 50 mil por post de terceiro com discurso
Moraes multa Marcos do Val em R$ 50 mil por post de terceiro com discurso
Governo libera R$ 7,6 bilhões em emendas parlamentares
Governo libera R$ 7,6 bilhões em emendas parlamentares
POL 1
Bolsonaristas e governistas batem boca em comissão na Câmara

Lewandowski revoga portaria de Bolsonaro e volta a limitar poder da PRF

Polícia Rodoviária Federal não poderá mais exercer competências de polícias judiciárias como investigar crimes O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, assinou, nesta quarta-feira (18/12), uma portaria que revoga a norma do governo de Jair Bolsonaro (PL), de 2021, que ampliava os poderes da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Leia mais...

A sua privacidade é importante para o Tribuna Livre Brasil. Nossa política de privacidade visa garantir a transparência e segurança no tratamento de seus dados pessoais.