O novo presidente diz
que aproveitou as caronas, pois não tinha como arcar com as despesas de
deslocamento
O presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva,
observa durante uma reunião com seu homólogo português no Palácio de Belém, em
Lisboa, em 18 de novembro de 2022. – (crédito: CARLOS COSTA / AFP)
A viagem do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
para a COP 27, no Egito, como passageiro do jatinho do empresário José
Seripieri Filho, ex-dono da empresa de planos de saúde Qualicorp, continua
rendendo. O petista rompeu o silêncio sobre o caso, nesta sexta-feira (18/11),
no Palácio de Belém, sede do governo de Portugal — onde também chegou de
jatinho.
Segundo o petista, o empréstimo se tornou necessário devido
a falta de diplomacia do governo de Jair Bolsonaro (PL), que não disponibilizou
um transporte por meio das Forças Armadas Brasileiras (FAB). “Se o Estado
brasileiro fosse democrático e a gente tivesse um presidente responsável, quem
sabe ele tivesse oferecido um avião da FAB para me levar. Mas não ofereceu,
paciência, eu sou grato ao meu amigo que foi comigo e me emprestou o
avião”, criticou.
O empresário José Seripieri Filho, dono do jatinho, chegou a
ser preso na Operação Lava Jato. Em 2020, ele firmou delação com o Ministério
Público e confessou crime de caixa dois em um caso envolvendo o senador José
Serra (PSDB-SP) — que já disputou eleições presidenciais contra Lula e Dilma
Rousseff.
Sobre as duas viagens, ele se justificou afirmando que sem a
carona não teria como pagar as despesas dele e da comitiva, e relembrou que é
convidado nos países. “Eu, sinceramente, sabia que essa pergunta ia vir.
Primeiro, eu fui convidado pelos governadores da Amazônia para ir à COP27, e os
estados não podiam arcar com a minha despesa. Segundo, eu fui convidado pelo
presidente do Egito, fiquei muito orgulhoso, mas também não pagava minhas
despesas”, justificou.
“E eu tinha um amigo que queria ir à COP e ele tinha um
avião e eu fui com ele. Um avião novo, de boa qualidade, com muita segurança,
porque é importante lembrar que um presidente eleito tem que cuidar da sua
segurança”, complementou Lula.