O Psol solicitou ao Conselho de Ética da Casa a cassação do senador.
O ex-presidente da República e atual senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) emitiu uma declaração, nesta sexta-feira, 9, na qual nega ter sugerido ou instigado um “golpe” de Estado ou uma “ruptura institucional” durante seu discurso proferido na tribuna do Senado na quinta-feira, 8.
Durante o discurso, Mourão afirmou que as Forças Armadas “não podem ficar inativas” diante da operação da Polícia Federal (PF), que investiga o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados, incluindo militares. O senador também se referiu à operação como uma “devassa persecutória” e declarou que os militares deveriam “reagir”.
Segundo a nota divulgada pela equipe do senador, quando ele mencionou que “os comandantes não podem se omitir diante da condução arbitrária de processos ilegais”, ele “não incitou nem se referiu a qualquer tipo de ruptura institucional ou golpe”.
Mourão ainda destacou em sua nota que “os comandantes das Forças Armadas são integralmente responsáveis pelos militares da ativa, devendo agir de acordo com suas atribuições quando necessário investigar algo”. Ele acrescentou que “em caso de comprovação de cometimento de crimes não relacionados à Justiça Militar por parte de militares da ativa, a responsabilidade recai sobre a justiça comum, na instância correspondente”.
Durante seu pronunciamento na tribuna, o parlamentar expressou sua preocupação com a possibilidade de o Brasil enfrentar um conflito grave. “A simples observação da aceleração dos acontecimentos, cada vez mais dramáticos, sugere infelizmente a possibilidade de um confronto de graves consequências”, afirmou.
A equipe de Mourão ressaltou que ele “é e sempre será um defensor da legalidade, orientando todas as suas ações na vida pública com respeito à Constituição e às leis”.
O Psol anunciou ontem que solicitará ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a cassação do mandato do senador por “instigar” as Forças Armadas e a Justiça Militar “contra” o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu governo. O partido também pediu ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a prisão preventiva e a aplicação de medidas cautelares, como quebra de sigilo telefônico e telemático, busca e apreensão, e obtenção de provas e documentos.
Sem mencionar nomes, a assessoria de Mourão classificou tais ações como “totalmente infundadas” e que fazem parte do “jogo político”.
Tribuna Livre, com informações da Agência Senado