24/03/2025

Os megaprotestos contra reforma previdenciária na França que incendiaram prefeitura no sul do país

 As manifestações
foram convocadas contra a legislação que eleva a idade mínima para
aposentadoria em dois anos, para 64 anos


BBC Geral

 

(crédito: Reuters)

A prefeitura de Bordeaux foi incendiada em meio a
protestos nacionais na França contra os planos do governo de aumentar a idade
para aposentadoria.

Mais de um milhão de pessoas foram às ruas em toda a
França na quinta-feira (23/03), sendo 119 mil delas em Paris, segundo dados do
Ministério do Interior.

A polícia disparou gás lacrimogêneo contra manifestantes
na capital e 80 pessoas foram presas em todo o país.

As manifestações foram convocadas contra a legislação que
eleva a idade mínima para aposentadoria em dois anos, para 64 anos.

Os sindicatos convocaram mais protestos para a
terça-feira da próxima semana.

Não ficou claro quem foi o responsável pelo incêndio, que
foi rapidamente apagado pelos bombeiros.

O ministro do Interior, Gérald Darmanin, procurou acalmar
quaisquer preocupações antes da viagem do rei. Ele disse que a segurança
“não representa nenhum problema” e que o monarca será
“bem-recebido”, segundo a AP.

Em Paris, as manifestações foram majoritariamente
pacíficas, mas houve alguns confrontos entre a polícia e manifestantes
mascarados que quebraram vitrines, demoliram parte do mobiliário urbano e
atacaram um restaurante McDonald’s, segundo a agência de notícias Reuters. Um
policial chegou a ficar desacordado.

A agência de notícias AP informou que as forças policiais
usaram gás lacrimogêneo e foram alvejadas por objetos e fogos de artifício. Na
capital, 33 pessoas foram detidas.

A primeira-ministra da França, Élisabeth Borne, escreveu
no Twitter: “Demonstrar e expressar divergências é um direito. A violência
e a degradação que testemunhamos hoje são inaceitáveis. Toda a minha gratidão à
polícia e às forças mobilizadas.”

“Eu me oponho a esta reforma e realmente me oponho
ao fato de que a democracia não significa mais nada”, disse um
manifestante à Reuters. “Não estamos sendo representados e, portanto,
estamos fartos.”

“É protestando que poderemos nos fazer ouvir porque
todas as outras formas não nos permitiram retirar esta reforma”, disse
outro manifestante à agência de notícias AFP.

A manifestação provocou paralisações em aeroportos,
viagens de trem, refinarias de petróleo e estabelecimentos de ensino.
Professores em escolas e funcionários do Aeroporto Charles de Gaulle, em Paris,
aderiram às manifestações.

Atrações turísticas populares — como a Torre Eiffel e o
Palácio de Versalhes, também foram fechadas na quinta-feira.

Na cidade de Rouen, no norte, imagens da manifestação
mostraram uma jovem caída no chão após sofrer um ferimento grave na mão.

Testemunhas disseram que ela perdeu o polegar depois de
ser atingida por uma granada conhecida como “flash-ball” disparada
pela polícia para dispersar os manifestantes.

Também houve confrontos nas cidades de Nantes, Rennes e
Lorient no oeste do país.

“As ruas têm legitimidade na França”, disse um
manifestante em Nantes. “Se o senhor Macron não consegue se lembrar dessa
realidade histórica, não sei o que ele está fazendo aqui”.

Os sindicatos e a esquerda consideraram o dia um sucesso.
Mas analistas não sabem prever o que vai acontecer agora.

O governo espera que os protestos percam força e que a
violência nas ruas afaste as pessoas.

A oposição diz que os protestos não vão diminuir, mas os
sindicatos precisarão traçar uma estratégia daqui para manter a mobilização.

Desde janeiro, já foram realizados protestos em nove
dias. Os sindicatos franceses convocaram mais um dia de protesto para a próxima
terça-feira.

Os catadores de lixo parisienses, que iniciaram a greve
contra a reforma da Previdência em 6 de março, renovaram a paralisação até a
próxima segunda-feira.

A onda de protestos começou depois que o governo decidiu
passar o projeto de lei que aumenta a idade de aposentadoria na câmara baixa do
parlamento — onde não possui maioria absoluta — sem votação.

O presidente francês, Emmanuel Macron, defendeu a medida,
dizendo que a reforma é uma necessidade para o país.

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