06/02/2025

Partidos da coligação de Bolsonaro abandonam PL após multa milionária do TSE

 Por meio das redes sociais, o vice-presidente Hamilton
Mourão caracterizou, ontem, como “absurda” a multa ao PL de R$ 22,9 
milhões, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes


(crédito: EVARISTO SA / AFP)

Após a decisão de Alexandre de Moraes, presidente do
Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de multar em R$ 22,9 milhões à coligação que
apoiou a candidatura do presidente Jair Bolsonaro (PL), a aliança começa a dar
sinais de ruptura. A decisão de Moraes foi motivada pelo relatório do PL que
pedia a anulação de votos do segundo turno das eleições sem indicar prova de
fraude. Na decisão, o ministro definiu o pedido como “esdrúxulo e
ilícito”, e que atenta contra o Estado democrático de direito.

Ontem, o presidente do Republicanos, deputado Marcos Pereira
(SP), disse à CNN não ter “nada a ver com isso”. “Não fui
consultado e não compartilho dessa opinião”, em relação à decisão do
presidente do PL, Valdemar Costa Neto, de questionar o resultado do pleito que
elegeu Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O representante do partido deve pedir a
exclusão da legenda da ação ingressada pelo PL pela falta de consulta à sigla
no ato do questionamento às urnas.

Parte da coligação com o PL, o Republicanos tem a presença
de muitos integrantes da igreja Universal, do Bispo Edir Macedo, e consagrou,
nas últimas eleições, nomes como do governador eleito de São Paulo, Tarcísio de
Freitas, e do vice-presidente Hamilton Mourão e da ex-ministra Damares Silva,
que assumirão cadeiras no Senado pelo Rio Grande do Sul e pelo Distrito
Federal, respectivamente. Na aliança também está o Partido Progressista (PP),
do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira.

Por meio das redes sociais, o vice-presidente Hamilton
Mourão caracterizou, ontem, como “absurda” a multa ao PL de R$ 22,9
milhões, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes. O general completou que
“sanções desproporcionais configuram vingança”, e que a questão da
confiabilidade das urnas é “uma polêmica justificada”.

Segundo Mourão, tal polêmica ocorre de forma nacional.
“O recente recurso do PL, protocolado mais de 20 dias depois da
proclamação oficial dos resultados das eleições, não dá ao TSE o direito de
rejeitá-lo peremptoriamente e extrapolar, mais uma vez, por intermédio de uma
multa absurda e inclusão dos demandantes em inquérito notadamente ilegal”,
explicou. “Supressão discricionária do direito de recorrer e sanções
desproporcionais configuram vingança, tudo que o Brasil não precisa neste
momento”, acrescentou o senador eleito pelo Rio Grande do Sul.

Mourão defendeu ainda, que “é chegada a hora da direita
conservadora se organizar e acusou Moraes de “ferir de morte o Pacto
Federativo”. “Hoje, rumamos para um precipício. Assim, é chegada a
hora da direita conservadora se organizar para combater a esquerda
revolucionária. Necessário é reagir com firmeza, prudência e conhecimento;
dentro dos ditames democráticos e constitucionais, para restabelecer o Estado
democrático de direito no Brasil”, concluiu.

Na última quarta-feira, o presidente do TSE, ministro
Moraes, indeferiu o pedido do PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, para
anular o segundo turno eleitoral que consagrou Lula como novo presidente do
país. Além de negar o pedido, Moraes aplicou multa à legenda.

Em uma rede social, a senadora Kátia Abreu (PP-TO), que
integra a equipe de transição do governo Lula, questionou se o vice-presidente
Hamilton Mourão aceitaria a impugnação das urnas no primeiro turno. O general
foi eleito senador pelo Rio Grande do Sul.

“General vc (sic) aceitaria impugnar as
urnas do primeiro turno? Ou só do 2°. O senhor mudou muito. Este inconformismo
por quem te tratou com tanto desprezo o mandato todo. Quem diria”,
escreveu a parlamentar



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