17/03/2025

Por que os EUA estão preocupados com possível ataque do Irã a Israel

Manifestantes queimam bandeiras dos EUA e de Israel durante um protesto em Teerã, Irã, 1º de abril de 2024 - (crédito: Reuters)

O presidente Joe Biden prometeu um apoio “firme” dos EUA a Israel em meio a temores de que o Irã possa lançar represálias por um ataque que matou importantes oficiais iranianos.

O presidente Joe Biden prometeu a Israel o apoio “firme” dos EUA em meio a temores de que o Irã possa lançar represálias após um ataque que matou importantes oficiais iranianos.

O presidente americano alertou que o Irã está ameaçando lançar um “ataque significativo” depois que Israel atacou o consulado iraniano na Síria, há 10 dias.

“Faremos tudo o que pudermos para proteger a segurança de Israel”, acrescentou ele.

Na quarta-feira (10/4), o líder do Irã disse que o ataque israelense em Damasco foi equivalente a um ataque ao próprio Irã.

“Quando atacaram a área do nosso consulado, foi como se atacassem o nosso território”, disse o aiatolá Ali Khamenei em um discurso transmitido pela televisão.

“O regime maligno deve ser punido e será punido.”

Ainda não está claro qual seria essa represália.

Se o Irã atacar Israel diretamente, colocaria em risco uma escalada ainda maior do conflito. Analistas afirmam que o Irã não tem capacidade militar para um confronto dessa magnitude.

Uma alternativa possível é dar o troco por meio de um grupo que represente os interesses iranianos, como o Hezbollah, que frequentemente realiza ataques menores contra Israel a partir do Líbano.

No domingo (7/4), uma autoridade iraniana alertou que as embaixadas de Israel “não estavam mais seguras”, sugerindo que consulados poderiam ser possíveis alvos.

Especialistas também sugeriram que o Irã poderia lançar um ataque cibernético.

Treze pessoas foram mortas no ataque israelense de 1º de abril, incluindo importantes líderes militares iranianos.

Israel não assumiu a responsabilidade pelo ataque, mas é amplamente considerado o autor da ação.

As forças dos EUA e de Israel na região foram colocadas em alerta máximo desde então.

Os comentários de Biden foram feitos enquanto ele falava com jornalistas na Casa Branca na quarta-feira (10/4), ao lado do primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida.

“Como disse ao primeiro-ministro Netanyahu, o nosso compromisso com a segurança de Israel contra estas ameaças do Irã e dos seus representantes é inflexível”, declarou Biden.

Os discurso do presidente americano aconteceu um dia depois dele ter apelado a um cessar-fogo em Gaza e ter dito que discordava da estratégia de guerra de Netanyahu.

“Acho que o que ele está fazendo é um erro. Não concordo com essa abordagem”, afirmou Biden em entrevista à emissora Univision, gravada há uma semana.

Os comentários também foram feitos quase uma semana depois de um tenso telefonema entre Biden e Netanyahu, após o assassinato de sete trabalhadores humanitários em Gaza pelas forças israelenses.

Biden aguçou a retórica sobre a conduta de Israel na guerra que dura seis meses e foi desencadeada pelo ataque do Hamas em 7 de outubro. Ele também deixou clara uma crescente frustração com Netanyahu.

As autoridades dos EUA tentam enviar uma mensagem aos iranianos de que, apesar das diferenças de opinião entre Biden e Netanyahu, qualquer ataque a Israel encontrará uma resposta agressiva dos EUA.

Num esforço para aliviar as tensões, os ministros dos Negócios Estrangeiros da Arábia Saudita, dos Emirados Árabes Unidos, do Qatar e do Iraque falaram esta semana com o seu homólogo iraniano, segundo o site de notícias Axios.

Os ministros foram convidados a transmitir uma mensagem do conselheiro sênior de Biden para o Oriente Médio, Brett McGurk, sobre a necessidade de desanuviar as tensões.

De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, mais de 33 mil pessoas — a maioria mulheres e crianças — foram mortas pelas forças israelenses.

O conflito foi desencadeado pelo assassinato de mais de 1,2 mil pessoas pelo Hamas em Israel e pela tomada de 253 reféns no ataque realizado em outubro do ano passado.

Tribuna Livre, com informações da BBC News

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