Com duas medalhas olímpicas e outras
duas em Mundiais, Rebeca é uma das principais estrelas do Mundial que irá
ocorrer em Liverpool
Rebeca Andrade se destaca no Mundial- Foto: Reprodução Time
Brasil
A ginasta Rebeca Andrade foi cuidadosa ao longo de 2022,
principalmente por causa de seu histórico de lesões no joelho, e escolheu bem
as competições das quais participar. A trajetória, percorrida com a conquista
de mais medalhas, chega ao ápice da temporada neste final de semana, quando
começa a disputa do Mundial de Ginástica Artística, em Liverpool, onde a
brasileira de 23 anos chega como favorita e em busca de recordes.
Dona de duas medalhas olímpicas e outras duas em Mundiais,
Rebeca é vista como uma das grandes estrelas da atual edição do campeonato pela
ex-ginasta britânica Beth Tweddle, tricampeã mundial e bronze olímpico. “É a
hora de Rebeca brilhar agora”, disse a lendária ex-atleta em entrevista recente
ao site oficial do Mundial. “Já vi ela competindo neste ano e ela foi muito
bem. Ela é muito estilosa de se assistir. Todas as suas acrobacias são
apresentadas ao máximo, com muita potência e elegância por trás delas, é
incrível”.
Segundo Tweddle, Rebeca se torna ainda mais favorita diante
das ausências de estrelas como Simone Biles, atualmente vivendo um hiato na
carreira, e Sunisa Lee, que superou a paulista na disputa pelo ouro no
individual em Tóquio, mas não está competindo na elite por causa de sua rotina
na universidade. “Sem Simone, há uma oportunidade para as ginastas tomarem a
frente e deixarem sua marca”, comentou a britânica.
As principais chances de ouro de Rebeca são no individual
geral e no salto, mas as disputas das barras assimétricas, do solo e por
equipes também são apontadas como possíveis frutos de pódio. Com o ouro e a
prata conquistadas no Mundial de 2021, a paulista está empatada com Jade
Barbosa como recordista brasileira de medalhas em disputas femininas de Mundiais.
Se vencer mais uma, isola-se como maior vencedora.
Caso consiga três medalhas, alcançará o posto de
representante do Brasil com maior número de medalhas na soma de Mundiais e
Jogos Olímpico. Hoje, o posto é dividido por dois ginastas masculinos: Arthur
Zanetti e Diego Hypolito, cada um com seis medalhas. Em Mundiais, Hypolito é o
maior vencedor, com cinco, e pode ser superado se Rebeca subir em quatro
pódios.
O ANO DE REBECA
Seletiva na atual temporada para se resguardar fisicamente,
Rebeca economizou em participações no solo, prova na qual se consagrou com a
apresentação ao som de Bail de Favela. No Troféu Brasil, primeira competição da
qual participou na temporada, competiu apenas nas barras assimétricas e na
trave, vencendo o ouro e a prata, respectivamente.
Depois, no Pan-americano do Rio, em julho, outra vez não
entrou na disputa do solo e do salto. Ouro na prova por equipes e nas barras
assimétricas, foi prata na trave, superada novamente por Flávia Saraiva, que
levou o ouro também no Troféu Brasil. Voltou a se apresentar no solo no
Campeonato Brasileiro, em agosto, e acabou em segundo lugar, mas foi ouro no
individual geral, nas barras e na trave. A brasileira também esteve na Copa do
Mundo de Paris, disputou apenas as barras assimétricas e ficou em segundo
lugar.