Robinson
Barreirinhas não é servidor de carreira da Receita, o que gerou críticas da
categoria
Robinson Barreirinhas, novo secretário da Receita Federal
– Foto: Foto: HELOISA BALLARINI /
O Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita
Federal (Sindifisco) afirmou ver com preocupação a escolha do advogado e
procurador da cidade de São Paulo Robinson Barreirinhas para comandar a Receita
Federal no governo Luiz Inácio Lula da Silva. O nome foi anunciado hoje pelo
futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
O Sindifisco destaca o fato de Barreirinhas não ter uma
carreira de auditor fiscal da Receita e de possivelmente precisar de um tempo
para ter conhecimento da estrutura
“Dada a estrutura singular do órgão na administração
pública brasileira, a condição de secretário demanda conhecimentos técnicos,
normativos e institucionais muito específicos que se adquirem com anos de
exercício profissional no cargo de auditor fiscal”, afirma.
“Um secretário sem
familiaridade com as estruturas internas corre o risco de manter intactas as
formas de gestão atuais, que tantos problemas já produziram, dentre os quais,
um profundo sentimento de desmotivação nos seus quadros funcionais. Diante do
desmonte do órgão e da necessidade de combater a sonegação e aumentar a
arrecadação tributária, o Brasil não dispõe desse tempo de adaptação!”, destaca
o sindicato.
A nota também menciona o fato de o governo eleito não ter
aproveitado as indicaçõesda lista tríplice e de outros auditores fiscais, mas
diz que atuará para “construir canais de diálogos com o futuro governo”. Por
fim, o Sindifisco anuncia uma reunião futura com Barreirinhas para apresentar
um diagnóstico do órgão.
A indicação de Robinson Barreirinhas também foi criticada
pela Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Unafisco),
apontando que este será “o único órgão de Estado sem um nome de carreira como
chefe”.
“O sentimento dos auditores fiscais pode ser resumido em
uma palavra: desprestígio! Como se o principal órgão de fiscalização e
arrecadação do país não tivesse quadros capazes ou confiáveis para dirigi-lo”,
afirma a entidade.
A nota da Unafisco faz um breve elogio à fala de Fernando
Haddad, nesta quinta (22), afirmando que ele enfatizou “a necessária integração
entre procuradores e auditores, demonstrando que ele está ciente dos problemas
entre os órgãos”. E pediu uma “oxigenação” na direção da Receita.
“Esperamos que o novo secretário busque corrigir o
recorrente equívoco de promover apenas uma dança das cadeiras no comando do
órgão”.