Republicanos, MDB, PSD, Podemos e PSC fecharam aliança; Lira
busca aproximação.
Foto: Ao centro, o
presidente da Câmara, Arthur Lira; na foto, da esquerda para a direita, os
líderes do MDB, Isnaldo Bulhões Jr., do PSD, Antonio Brito, do Podemos, Fábio
Macedo, e do Republicanos, Hugo Motta.
A Câmara dos Deputados tem
um novo bloco partidário formado por Republicanos, MDB, PSD, Podemos e PSC,
partidos de centro e de direita. O agrupamento tem 142 deputados e é o maior da
Casa. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), busca aproximação depois de
o Centrão –grupo de partidos sem coloração ideológica clara que adere aos mais
diferentes governos– perder força com adesão do Republicanos ao novo bloco.
Os líderes dos partidos do
bloco recém-criado tiveram reunião com Lira na 4ª feira (29.mar). O presidente
da Câmara publicou registro do encontro e parabenizou a formação do grupo.
“Sempre defendi a unidade para reduzirmos o número de partidos, fortalecendo-os
e dando à sociedade confiança no nosso sistema partidário. Dessa forma,
reafirmamos o compromisso com a democracia e o parlamento brasileiros”, disse
em publicação no Instagram.
O PP, partido de Lira,
ficou isolado depois da tentativa de formar uma federação partidária com o
União Brasil. A sigla busca novas alianças. Mesmo se o partido articular novo
acordo para formar bloco com o União, o grupo terá 108 deputados –menos que o
bloco recém-criado e menos que os 126 deputados de partidos de esquerda, que
são alinhados ao governo.
Nas eleições de 2022, o
Republicanos esteve junto do PP e do PL no apoio à reeleição de Jair
Bolsonaro (PL). Agora, se uniu a nova força política no bloco com MDB e
PSD, partidos que têm 6 integrantes no comando de ministérios do governo do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Líderes dos partidos do
novo bloco formado afirmaram ter tratado no encontro com Lira sobre o
funcionamento da Câmara e propostas prioritárias. A reunião foi um aceno de que
não há intenções de disputa de forças internas na Câmara.
“Ficou decidido que este
grupo trabalhará na base de sustentação do presidente Arthur Lira. Deste modo,
decidiremos conjuntamente pautas, fortalecendo os partidos do bloco, inclusive
com a influência na indicação de relatorias e comissões. O trabalho não para!”,
disse o líder do PSD, Antonio Brito (BA), em seu perfil no Instagram.
O líder do MDB, Isnaldo
Bulhões (AL), afirmou que Lira pode contar com o apoio do bloco para as pautas
“em prol do Brasil”. Ao falar sobre a publicação feita por Lira, o emedebista
disse: “Esse bloco segue o princípio de que é possível convergir em meio a
pensamentos diferentes e a favor da democracia e representatividade. Assim
seguiremos: unidos e fortes”.
O novo bloco será liderado
pelo deputado Fábio Macedo (Podemos-MA) e tem 29 vice-líderes. A criação de
blocos está prevista no regimento interno da Câmara. Dois ou mais partidos
podem se unir em bloco para atuação política conjunta.
Como maior bloco da Casa,
o grupo terá mais espaço na participação em comissões mistas, formadas por
deputados e senadores segundo a proporcionalidade das bancadas de blocos e
partidos.
As comissões mistas para a
análise de medidas provisórias são motivo de impasse entre Câmara e Senado. Os
deputados pedem maior número de cadeiras nos colegiados e determinação de prazo
para o funcionamento das comissões.
O presidente do
Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), concorda com a ideia de definir
prazos, mas não querem ampliar a participação de deputados nos colegiados.
Se não houver acordo, uma
das possibilidades debatidas é instalar as comissões para a análise de algumas
medidas prioritárias do governo Lula. Outras MPs poderiam ser reenviadas no
formato de projeto de lei com requerimento de urgência constitucional –quando o
texto precisa ser analisado na frente de outros já em tramitação.