Candidato à reeleição na Câmara, Arthur Lira (PP-AL)
recebeu 464 votos dos 513 deputados
O deputado federal Arthur Lira (PP-AL) foi reeleito,
nesta quarta-feira (1º/2), presidente da Câmara dos Deputados. O parlamentar
recebeu 464 votos dos 513 deputados federais. Ele governará a Casa Legislativa
pelos próximos dois anos.
Com o resultado, o presidente da Câmara supera o
desempenho dos ex-deputados Ibsen Pinheiro e João Paulo Cunha, que conseguiram
434 votos na disputa para a Presidência. O ex-presidente Michel Temer também
conseguiu mais de 400 votos na disputa pelo comando da Mesa.
Lira enfrentou a concorrência dos deputados federais
Chico Alencar (PSol-RJ) e Marcel Van Hattem (Novo-RS), que receberam 21 e 19
votos, respectivamente. Cinco deputados não votaram ou votaram em branco. Não
há como saber quais deputados votaram em cada candidato, uma vez que o voto
para presidente da Câmara é secreto.
Dias antes da eleição, Lira já era dado nos corredores da
Câmara como o vencedor da corrida para a Presidência. O favoritismo do alagoano
se deve à capacidade de articulação, tendo iniciado as conversas com os
parlamentares eleitos logo após o primeiro turno das eleições federais, em
outubro do ano passado. Desde então, o deputado está em negociação direta com
as bancadas, ampliando apoio e consolidando sua força no comando da Casa.
Lira chegou para a eleição como deputado federal mais
votado da história do estado de Alagoas. No pleito para Presidência da Câmara,
o alagoano também sonhava com uma votação recorde. Para isso, construiu uma
rede de apoio capaz de unir siglas opostas e adversárias como o PT e PL, além
das bancadas do PP, PSD, MDB, PDT, PSDB, Cidadania, Solidariedade, Mais Brasil
(fusão PTB e Patriota), Pros, PCdoB, PV, PSB e União Brasil.
Com esta composição, o deputado venceu com folga, obtendo
mais do que os 257 dos 513 votos necessários para vencer ainda em primeiro
turno.
Dança das cadeiras
Vencida a etapa da eleição, Lira cumpriu os acordos
costurados para a composição da Mesa Diretora da Casa.
As 1ª e 2ª Vice-Presidências ficaram com o Republicanos e
o PL, enquanto a 1ª secretária permaneceu com o União Brasil. As 2ª, 3ª e 4ª
Secretarias ficaram sob comando do PT, PSD e MDB, respectivamente. As
suplências serão ocupadas por deputados do PSC, PDT, PL e PSDB.
Como ficou a composição da nova Mesa Diretora:
• 1ª
Vice-Presidência – Marcos Pereira (Republicanos-SP);
• 2ª
Vice-Presidência – Sóstenes Cavalcante (PL-RJ);
• 1ª
Secretaria – Luciano Bivar (União-PE);
• 2ª
Secretaria – Maria do Rosário (PT-RS);
• 3ª
Secretaria – Júlio César (PSD-PI);
• 4ª
Secretaria – Lúcio Mosquini (MDB-RO).
Como ficou a suplência da nova Mesa Diretora:
• Gilberto
Nascimento (PSC-SP);
• Pompeo
de Mattos (PDT-RS);
• André
Ferreira (PL-PE);
• Beto
Pereira (PSDB-MS).
Ainda sem definição, as comissões temáticas da Casa podem
ser ampliadas, de 25 para 30, pelo presidente reeleito.
Os aliados afirmam que serão, a princípio, cinco
comissões menores, já que os colegiados são compostos por deputados de acordo
com a proporcionalidade partidária. Assim, o deputado atrairia siglas pequenas
que não conseguem posição de destaque na Câmara por não terem deputados
suficientes.
Há, ainda, a disputa pelo controle de colegiados tidos
como os mais importantes da Casa: a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e
a Comissão Mista de Orçamento (CMO). Os postos são pleiteados por legendas como
PT, que representa o governo, e PL, que concentrará a maior bancada da Câmara e
representa o principal ator da oposição ao governo Lula. O Centrão,
representado na figura do PP e União Brasil, também querem a cadeira.