O ministro da Defesa, José Múcio Monteiros, e os comandantes das
três Forças Armadas ficaram em silêncio diante dos ataques de ontem às sedes
dos Três Poderes da República.
(crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil )
O ministro da Defesa, José Múcio Monteiros, e os
comandantes das três Forças Armadas ficaram em silêncio diante dos ataques de
ontem às sedes dos Três Poderes da República. O Correio apurou que os
comandantes da Marinha, almirante Marcos Sampaio Olsen; do Exército, general
Júlio Cesar de Arruda; e da Aeronáutica, brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno
mantiveram contato com o ministro ao longo da tarde, enquanto os atos
terroristas na Praça dos Três Poderes ainda não tinham sido contidos. Os
militares decidiram não fazer comentários públicos por entenderem que a
situação era de responsabilidade das forças de segurança do Distrito Federal e
não envolviam as Forças Armadas.
Pela manhã, José Múcio Monteiro foi ao acampamento
golpista instalado há mais de dois meses na frente do Quartel-General do
Exército, no Setor Militar Urbano. Ele passou de carro, com os vidros fechados,
para ver de perto a situação do movimento antidemocrático que pede intervenção
militar e destituição do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. A alguns
veículos de imprensa, o ministro comentou, no início da tarde, que a situação
estava “calma”. Depois dos ataques, ele se encontrou com o colega da
Justiça, Flávio Dino, para uma reunião de avaliação. A reportagem tentou
contato com José Múcio Monteiro e sua assessoria, mas não obteve resposta até o
fechamento desta edição.
Em uma das Forças, segundo fonte ouvida pela reportagem,
o comandante mandou mensagens para altos oficiais de sua equipe com o objetivo
de angariar informações sobre o levante e a situação dos prédios militares na
Esplanada dos Ministérios, e foi informado de que as sedes dos comandos da
Marinha e da Aeronáutica não foram alvo dos radicais. No Exército, nenhuma
informação sobre o acampamento golpista, de onde saíram os manifestantes em
direção à Esplanada dos Ministérios. Fonte ouvida pela reportagem estranhou o
fato de o grupo de radicais ter caminhado do QG do Exército até a Praça dos
Três Poderes sem nenhum controle das forças policiais do DF. Toda a
movimentação foi registrada pelos veículos de imprensa e pelas redes sociais.