Hamilton Mourão ainda falou sobre as manifestações que
estão sendo feitas desde que o presidente Jair Bolsonaro foi derrotado pelo
petista
O vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) afirmou
que, ao contrário do que algumas pessoas vêm repetindo nas últimas semanas em
relação às urnas e ao pleito do dia 30 de outubro, o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva (PT) deve assumir o cargo, já que foi eleito. A declaração foi
dada em entrevista à Gazeta do Sul na quinta-feira (1º/12).
“A partir do momento em que a aceitamos participar do
jogo com esse jogador, que não poderia participar, tudo poderia acontecer,
inclusive ele vencer, conforme venceu. Está chegada a hora de as pessoas
compreenderem que ele foi eleito e agora tem que governar. E pelas primeiras
medidas que estão sendo anunciadas e tomadas, vai ser mais um desastre para o
nosso país, lamentavelmente”, disse Mourão.
O general também falou sobre os pedidos de intervenção
militar que manifestantes têm feito nas ruas desde que o presidente Jair
Bolsonaro (PL) foi derrotado pelo petista. De acordo com ele, as consequências
de tal ato seriam “terríveis”.
“[A intervenção] é um movimento que não pode acontecer,
porque as consequências para essa mesma população que está na rua protestando
seriam terríveis”, afirmou.
Entretanto, para Mourão é injusto que os manifestantes
que estão promovendo atos de maneira “ordeira e pacífica” sejam taxados de “golpistas”.
“As pessoas que estão nas ruas se manifestando de forma
ordeira e pacífica, e muitas vezes sendo taxadas de golpistas e
antidemocráticas, estão externando seu inconformismo com um processo eleitoral
que teve os seus vícios”, sugeriu.
No começo de novembro, Mourão manifestou o mesmo
pensamento, pelas redes sociais. Na publicação, ele defendeu que o “sentimento
de frustração” é o que motiva os atos que aconteciam pelo país. “Mas o problema
surgiu quando aceitamos passivamente a escandalosa manobra jurídica que, sob um
argumento pífio e decorridos 5 anos, anulou os processos e consequentes
condenações do Lula”, argumenta.
“Agora querem que as Forças Armadas deem um golpe e
coloquem o País numa situação difícil perante a comunidade internacional”, prossegue,
dizendo que “as manifestações ordeiras, em justa indignação, são bem vindas”.
“Vemos nelas famílias, idosos, crianças… todos pessoas de bem”, completou.