23/12/2024

STF forma maioria para proibir remoção forçada de pessoas em situação de rua

Os ministros analisam, em plenário virtual, se referendam decisão que deu 120 dias ao governo para elaborar plano voltado a essa população

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para referendar liminar do ministro Alexandre de Moraes que proibiu remoções forçadas contra pessoas em situação de rua. Há, ainda, maioria para que o governo federal formule, em até 120 dias, um plano de ação e monitoramento para a efetiva implementação da política nacional voltada a essa população.

Os ministros analisam o caso desde 11 de agosto, em plenário virtual. O julgamento pode seguir até esta segunda-feira (21/8). Até o momento, Cármen Lúcia, Rosa Weber, Nunes Marques, Dias Toffoli e Cristiano Zanin votaram com o relator do caso, ministro Alexandre de Moraes.

A decisão de Moraes se deu no âmbito da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nº 976. O ministro concedeu parcialmente cautelar impetrada pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSol), pela Rede Sustentabilidade e pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), na qual ordenou a obrigatória observância pelos estados, pelo Distrito Federal e pelos municípios das diretrizes do Decreto Federal nº 7.053/2009, que institui a Política Nacional para a População em Situação de Rua.

Os autores da ação alegaram haver omissão do Executivo e do Legislativo, ao longo do tempo, na implementação de políticas para quem vive nas ruas do país. Assim, Moraes determinou ações para cumprimento da lei.

A legislação determina que os estados, o Distrito Federal e os municípios observem, imediatamente e independentemente de adesão formal, as diretrizes do decreto voltado a essa população.

Pela liminar de Moraes, levantamentos dos estados e do DF devem conter quantitativo de pessoas em situação de rua por área geográfica, a quantidade e o local das vagas de abrigo, bem como a capacidade para fornecimento de alimentação.

Dados

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) estima que existam 281 mil pessoas sem casa no país, mas ainda não há uma contagem efetiva.

O governo federal não sabe quantas pessoas em situação de rua vivem no Brasil. Sob o governo de Jair Bolsonaro (PL), o IBGE ignorou uma decisão da Justiça Federal e excluiu esses brasileiros do Censo, que ocorre só uma vez a cada 10 anos.

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