12/07/2025

Desmatamento na Amazônia cresce quase 70% e atinge pior fevereiro em 15 anos

 Área
devastada chegou a 303 km² no mês, o que equivale a Fortaleza


Desmatamento na
Amazônia cresce quase 70% e at Área
desmatada em Juara, em Mato Grosso, o estado que teve a maior de floresta
amazônica destruída em fevereiro de 2022 (Foto Christian Braga/Greenpeace/2020)

Um ano após
atingir a maior derrubada da floresta amazônica em pelo menos 14 anos, o Brasil
caminha para um novo recorde negativo de desmatamento em 2022. Apenas em
fevereiro, foram destruídos 303 km² de mata nativa na Amazônia Legal, o que
equivale ao tamanho de Fortaleza. Essa foi a maior área devastada no mês de
fevereiro dos últimos 15 anos. Apenas em relação ao mesmo mês do ano passado, a
destruição aumentou quase 70%.

Esse é o segundo
mês consecutivo de crescimento no desmatamento. Em janeiro, a derrubada da
floresta foi 33% maior do que no ano passado. Os dados são do Sistema de Alerta
de Desmatamento (SAD) do Imazon, que monitora a Amazônia por imagens de
satélites desde 2008.

“Essa alta é
extremamente grave diante da emergência climática que estamos vivendo, já que o
desmatamento contribui com o aquecimento global, que por sua vez intensifica as
mudanças climáticas que ocasionam os eventos extremos. Relatórios assinados por
centenas de cientistas de todo o mundo para o Painel Intergovernamental sobre
Mudanças Climáticas da ONU, o IPCC, têm alertado que, caso não consigamos
barrar o aumento do aquecimento global, vamos sofrer com maior frequência e
intensidade fenômenos extremos como tempestades e secas. No Brasil, já tivemos
no ano passado chuvas fortes que provocaram mortes e destruições na Bahia,
Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro”, afirma a pesquisadora Larissa
Amorim, do Imazon.

Mato Grosso, Pará
e Amazonas foram os estados que mais desmataram

Em relação aos
nove estados da Amazônia Legal, Mato Grosso foi o que mais desmatou pelo
segundo mês seguido. Apenas em fevereiro, 96 km² de floresta foram derrubados
em solo mato-grossense, o que corresponde a 32% do total. Com isso, Mato Grosso
também foi o estado que registrou a maior alta na devastação em relação a
fevereiro do ano passado, de 300%.

“Precisamos
chamar atenção para o que está ocorrendo nos municípios mato-grossenses de
Colniza, Barra do Bugres e Apiacás, que ficaram entre os 10 que mais desmataram
na Amazônia em fevereiro. Juntos, eles registraram 43 km² de devastação, o que
somado corresponde a 45% de toda a destruição detectada em Mato Grosso”,
explica Amorim.

O Pará, estado
que tem tido as maiores áreas desmatadas nos últimos anos, foi o segundo que
mais destruiu a floresta em fevereiro: 82 km² (27%). No estado, a devastação
cresceu 24% em relação ao mesmo mês do ano passado. Além de ter dois municípios
na lista dos 10 que mais desmataram, Altamira e São Félix do Xingu, o Pará
também teve metade das 10 unidades de conservação com maiores áreas destruídas.
São elas: APA Triunfo do Xingu, Flona do Jamanxim, Esec da Terra do Meio, APA
do Tapajós e APA do Igarapé Gelado.

“Apenas dentro da
APA Triunfo do Xingu, foram registrados 34 km² de desmatamento, o que
corresponde a 41% de toda a destruição detectada no Pará. Isso é bastante
preocupante porque estamos falando de territórios protegidos destinados à
conservação e preservação dos recursos naturais, portanto é necessário
intensificar as ações de fiscalização nessas áreas e garantir que as leis
ambientais sejam verdadeiramente cumpridas”, alerta a pesquisadora.

Em terceiro no
ranking ficou o Amazonas, com 74 km² (24%). Em território amazonense, a
derrubada da floresta cresceu 252% em relação ao mesmo mês em 2021, o segundo
maior aumento entre os estados da Amazônia Legal. Entre os municípios, apenas
os quatro que ficaram na lista dos 10 que mais desmataram na região, Apuí,
Lábrea, Novo Aripuanã e Manicoré, foram responsáveis por 93% da devastação
registrada no estado.

“Esses municípios
ficam no sul do Amazonas, na divisa com o Acre e com Rondônia, onde há uma área
de expansão agropecuária chamada Amacro. Por isso, é preciso intensificar as
ações de combate ao desmatamento ilegal nessa região”, completa Amorim.
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