Em grupo de WhatsApp, funcionárias denunciaram 53 episódios
de assédio sexual cometidos por colegas de trabalho e superiores
hierárquicos
Um grupo de funcionárias da Petrobras relatou, em um
grupo de WhatsApp, dezenas de episódios de assédio sexual cometidos por colegas
de trabalho e superiores hierárquicos. Segundo informações, os
casos aconteceram quando as mulheres estavam a bordo de plataformas ou em
unidades como Centro de Pesquisas.
A reportagem mostrou 53 mensagens das mulheres que
sofreram abusos ou foram testemunhas dos casos de agressão.
“A gente botava cadeira na porta à noite porque era
proibido trancar… Uma amiga passou por uma situação bizarra. Chegou no camarote
e tinha um cara mexendo nas calcinhas dela”, diz uma das funcionárias.
“Embarquei uma única vez, no curso de formação. Me colocaram
num quarto com um químico. No começo fiquei de boa porque a gente tinha horário
trocado e nunca via ele no quarto. Até um dia que entrei e ele estava deitado
assistindo a um filme pornô na TV do quarto. Saí na mesma hora para falar com o
fiscal que não ficaria mais naquela situação.”
“A recepcionista da gerência que eu trabalhava teve o
seio apalpado por um petroleiro, dentro da empresa. O caso virou o escândalo da
gerência e todo mundo soube do caso, mas a chefia não fez nada. A moça foi
transferida de área.”
Caso de 2022
Em 2022, um grupo de funcionárias terceirizadas do Centro
de Pesquisas da Petrobras, na Ilha do Fundão, Zona Norte do Rio, denunciou um
petroleiro por assédio sexual em 2022.Segundo o Ministério Público do Rio, o
agressor, “esfregou por três vezes o pênis nas nádegas da vítima, conforme
registro de ocorrência feito pela vítima” e tentou forçar relações sexuais com
ela.
As mulheres relatam que o homem também “balançava seu
crachá e passava a constrangê-la de forma insistente, mesmo com a sua recusa,
tendo por fim surpreendido a funcionária, enquanto a mesma realizava a limpeza
de uma pia, a abordando pelas costas e esfregando o pênis em suas nádegas”,
afirmou o MP.
Resposta
O Ministério Público do Trabalho afirmou que aguarda o
envio dos documentos por parte do Ministério Público Estadual para abrir uma
investigação trabalhista sobre o caso.
Já a Petrobras diz que já iniciou uma investigação
interna. “Imediatamente após receber as denúncias, a Petrobras abriu uma
apuração interna e adotou as medidas cabíveis dentro do âmbito administrativo.
A Petrobras reafirma que não tolera qualquer ato de violência, agressão,
atitudes de assédio moral ou sexual ou atitudes e comportamentos
discriminatórios contra qualquer pessoa”, disse a empresa.