A juíza Cíntia Letteriello, da 2ª Vara de Família e Sucessões de Campo Grande, negou pedido de curatela provisória de Adélio Bispo de Oliveira à Maria das Graças Ramos de Oliveira, irmã do acusado de esfaquear Jair Bolsonaro (PL), durante a corrida eleitoral de 2018. Ele foi considerado inimputável pela 3ª Vara Federal de Juiz de Fora, onde ocorreu o crime.
A decisão, tomada em 17 de abril deste ano, foi revelada pelo jornalista Joaquim de Carvalho, colunista do site 247. No mesmo dia, a magistrada realizou entrevista com Adélio na sala de videoconferência da Penitenciária Federal da Capital, onde ele está preso desde setembro de 2018.
O repórter diz que entrou em contato com a juíza Cíntia Letteriello, por meio do WhatsApp oficial da Vara, seguindo orientação da assessoria, na quarta-feira (24). Ele questionou o motivo de os advogados da autora da ação de curatela não terem participado da entrevista com Adélio, antes da decisão. Também perguntou alguns detalhes do processo.
Conforme Joaquim, as respostas foram “Dusahsudejefisnedjxje” e “Djf de ldj da as hfhfdhg”. O que considerou ter sido deboche por parte da juíza. “Fui orientado por sua assessoria a entrar em contato por este canal, que a senhora responderia. Lamentavelmente, a sua resposta foi uma zombaria, pelo que entendi”, relata.
“A dra Cintia está em audiência. Assim que terminar, vou informá-la do seu contato. Com qual assessora o sr recebeu essa orientação?”, recebeu como resposta. O jornalista perguntou com quem estava falando, mas não houve mais retorno.
Ao rejeitar o pedido de curatela provisória à Maria das Graças, irmã de Adélio, a juíza diz que ele afirmou que não desejava ser tutelado por ela, e que outros parentes teriam melhores condições para este fim.
“Durante a entrevista, o curatelando afirmou, por diversas vezes, que não deseja que a sua irmã Maria das Graças, ora requerente, obtenha sua curatela, pois acredita que necessita de um “auxílio afetivo” (sic) que outros parentes têm melhor condições de lhe dispensar. Indicou o nome de seu sobrinho Marciton Ramos Neves e de sua irmã Maria Aparecida Ramos de Oliveira (nome de casada) ou Maria Aparecida Bispo de Oliveira. Também, citou o nome de sua sobrinha Jussara Ramos, porém, disse que a autora havia dito na visita que aquela falecera”, relata a magistrada, conforme publicado pelo site 247.
“Quando perguntado por qual motivo, então, teria a sra. Maria das Graças requerido sua curatela, o sr. Adélio afirmou que não sabia o motivo, até porque a autora era a irmã em maior situação de vulnerabilidade financeira, dentre todos os outros irmãos, acrescentando que não sabia informar com que recursos ela teria vindo a Campo Grande para a visita na penitenciária”, prossegue a juíza.
Maria das Graças nem seus advogados, Edna Teixeira e Alfredo Marques, moram em Campo Grande, mas poderiam participar das audiências e entrevistas de maneira remota. Adélio Bispo é defendido pela Defensoria Pública da União.
Adélio Bispo está preso na Penitenciária Federal de Campo Grande deste 2018.
(Foto: Reprodução)